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Pais de homem morto por causa de seguro querem guarda da neta em GO

Polícia aponta que nora planejou crime para receber R$ 120 mil em seguros.
Irmão e dois sobrinhos dela também estão detidos por envolvimento no caso

Pais do representante comercial Jucimar dos Santos Bezerra, de 34 anos, ficaram “chocados” ao saber que a nora foi presa suspeita de pagar para matar o marido, em Goiânia. A Polícia Civil indiciou a mulher e mais três parentes dela pelo homicídio, que foi motivado pelos seguros de vida da vítima, que somavam R$ 120 mil. Nesta quarta-feira (11), a família de Jucimar, que mora no interior, veio para a capital para lutar pela guarda da neta, de 2 anos.

“Só Deus para aliviar a nossa dor. Eu tinha minha nora como filha. Agora, eu quero cuidar da minha neta. Ela é a lembrança do meu filho”, lamentou ao G1 a mãe de Jucimar, a dona de casa Juliamar Santos Bezerra, de 58 anos.

O crime aconteceu no dia 6 de agosto de 2015, no Residencial Mansões Eldorado, na capital. Segundo a Polícia Civil, a dona de casa Ana Cristina Brasil, de 36 anos, pediu ao irmão, Nédio Brasil, de 44, que convencesse o filho, João Marcos Brasil, 20, a matar o tio.

O delegado responsável pelo caso, Rilmo Braga, afirmou que o jovem fingiu problema na moto para pedir ajuda à vítima. Os dois foram a uma oficina e, quando o tio desceu, o sobrinho atirou contra ele e fugiu.

Os pais do representante comercial souberam da prisão da nora pela imprensa. De acordo com o pai de Jucimar, o lavrador José Bezerra Filho, de 61 anos, eles nunca imaginaram que Ana Cristina mataria o filho.

“Nós tínhamos por ela amor sem interesse. Ela fingiu o tempo todo. Ela não precisava fazer isso. Ela não podia fazer uma maldade dessa, tinha de tudo. Meu filho era trabalhador”, disse o pai.

A criança está aos cuidados do irmão, por parte de mãe, de 19 anos. Os avós acreditam que o rapaz não tem condições de educá-la, até mesmo por causa da desestrutura familiar.

Advogada dos pais de Jucimar, Eliza Conceição explicou que eles vão se encontrar com o Conselho Tutelar para interceder pela guarda da criança. Em seguida, ela vai propor, de imediato, uma ação de guarda com pedido de liminar na Vara da Família.

Familiares foram presos suspeitos de planejar e matar Jucimar (Foto: Murillo Velasco/G1)
Familiares foram presos suspeitos de planejar e matar Jucimar (Foto: Murillo Velasco/G1)

Investigações
Os três suspeitos foram apresentados no dia 25 de abril. Na quinta-feira (5), outro sobrinho de Ana Cristina, Natanael Barbosa da Silva, de 23 anos, foi detido suspeito de ajudar na compra da arma usada no crime. No mesmo dia a Polícia Civil declarou que o inquérito sobre o caso foi encerrado. Rilmo Braga, explicou que localizou o último suspeito em uma casa do Setor Jardim do Cerrado.

Em depoimento, o jovem disse ao delegado que a tia o procurou para matar Jucimar, mas ele não aceitou. Então, segundo o relato do rapaz, Ana Cristina procurou o irmão dele, que aceitou. Nataneal nega participação no crime.

“Ele colaborou com o João Marcos na aquisição dessa arma. Ele era muito apegado ao pai, Nédio, que é cadeirante, e teve pequena participação por não suportar mais as violências que o pai sofria de Jucimar”, explicou o delegado.

Natanael já tinha um mandado de prisão em aberto por matar a mulher.  De acordo com Braga, ele executou a companheira na casa em que o casal morava no Setor Jardim Petrópolis, em 2013.

Como os outros três presos anteriormente, o jovem já está detido no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana de Goiânia.

Natanael Barbosa da Silva é preso suspeito de participar da morte do tio, em Goiânia, Goiás (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)
Natanael é o último a ser preso por participação da morte de Jucimar (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)

Crime
Segundo o delegado,  no dia do crime, João Marcos disse que a motocicleta dele estava com problemas e chamou o tio para ir até uma oficina para consertá-la. No meio do caminho, o jovem parou o veículo, simulando uma pane, e, quando Jucimar desceu, ele disparou vários tiros contra a vítima e fugiu.

“A vítima foi rapidamente socorrida por policiais militares que o levavam para o Hugo [Hospital de Urgências de Goiânia]. No caminho, minutos antes de morrer, a vítima confidenciou com os policiais que o sobrinho tinha sido o autor do crime. A partir daí, começamos a investigação em sigilo, sem que o jovem e a esposa soubessem”, disse  Braga.

De acordo com João Marcos, ele jogou o revólver calibre 38 em um rio. A arma ainda não foi localizada.

Na época da prisão de Ana Cristina, o delegado afirmou que ela confessou em depoimento que recebeu um dos seguros e teria repassado R$ 5 mil para o sobrinho, caso ele precisasse pagar advogados, e R$ 20 mil para o irmão. Conforme a polícia, eles planejavam se mudar do estado e foram presos dias antes da fuga.

Braga explicou que os quatro vão responder por homicídio duplamente qualificado pelo pagamento e pela emboscada.(fonte:g1)

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