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Mãe de menor resgatada diz que não sabia das agressões: ‘Nunca pensei’

Mulher conta que entregou filha ao pai por não ter condições de sustentá-la.
Pai e madrasta estão presos suspeitos de bater e manter menor em cárcere

A mãe da adolescente de 17 anos, que foi resgatada com sinais de espancamento, em Formosa, no Entorno do Distrito Federal, diz que entregou a guarda da filha ao pai porque não tinha condições de sustentá-la. “Nunca que eu pensei que ia chegar nesse ponto”, lamentou a mulher, que não quer se identificar. O pai da menor e a madrasta estão presos suspeitos de mantê-la em cárcere privado e de agredi-la.

Segundo a mãe, todos diziam que não tinham problemas de convivência e, por isso, nunca desconfiou de que a filha apanhava. “Ela [adolescente] falava que estava bem. O pai dela [também]. Eu falava até com a esposa dele, e ela dizia: ‘Não, ela está bem'”, contou a mãe.

A adolescente foi localizada na última sexta-feira (20), após uma denúncia feita ao Conselho Tutelar. Eles foram informados que a menor apanhava com frequência e era mantida presa dentro de casa, sem sair nem mesmo para estudar.

Os conselheiros tutelares e uma equipe da Polícia Militar foram até a casa em que a menor vivia com o pai, a madrasta e mais dois irmãos. Lá constataram as inúmeras cicatrizes no corpo da vítima e todos foram levados para o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) da cidade.

O delegado responsável pelo caso, Antônio Humberto, disse ao G1 que a adolescente contou que era agredida com pedaços de madeira, fios e até mesmo com um facão. Um pedaço de pau chegou a ser apreendido pela polícia.

“É uma situação de muita violência. Todos que tiveram contato com ela ficaram impressionados com as marcas. Da minha parte, não houve dúvidas sobre o sofrimento que ela vinha sofrendo. Foi uma coisa chocante, que a gente só via na época da escravidão”, lamentou.

Segundo o delegado, o pai confessou ter agredido a menor como forma de castigo por atitudes como tentar fugir ou inventar uma mentira.

O pai também tentou eximir a madrasta do crime, mas, baseado no depoimento da adolescente, o delegado também resolveu autuá-la. Ambos irão responder pelo crime de tortura – o qual engloba atos como cárcere privado e restrição de alimentos. A pena, em caso de condenação, é de 2 a 8 anos de prisão.

Abrigo
A adolescente foi levada para um abrigo da cidade, onde está sob os cuidados do Conselho Tutelar. De acordo com a conselheira Valéria José Pereira, ela morava há cerca de um ano com o pai e madrasta. A mãe dela, que mora em São João D’Aliança, na região norte de Goiás, mandou a filha para viver com o pai porque estava em dificuldades financeiras.

“Na época, ela não tinha condições de criar e pediu para que o pai ficasse com ela até se reestabelecer financeiramente. O pai e a madrasta não deixavam nem a menina ir à escola, pois se ela tivesse convívio com outras pessoas, as agressões poderiam ser descobertas”, conta.

Valéria disse que a menina é “doce e tranquila” e que ainda está muito assustada com a situação.(fonte:g1/go)

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