Estabelecimento não tem alvará de funcionamento e licença de operação para atividades de estética
A família da estudante Nara Farias Preto, 20 anos, quer respostas. Deseja saber a real causa da morte da jovem. Se realmente ocorreu por causa de problemas decorrentes de um bronzeamento, também vão atrás de justiça. Essa busca, porém, pode demorar. O laudo preliminar do caso é inconcluso. Para determinar as circunstâncias exatas do óbito, os peritos do Instituto de Medicina Legal (IML) farão análises mais detalhadas, como a biópsia de órgãos e exames bioquímicos que possam identificar a presença de substâncias tóxicas no organismo da vítima. À família, a Polícia Civil informou que o documento estará pronto em 20 dias.
O laudo é essencial para as investigações. Nara morreu na madrugada de quarta-feira. Ela sentiu-se mal após passar por um procedimento de bronzeamento em uma clínica de estética irregular na Asa Sul. Foi enterrada, na manhã de ontem, no Cemitério Municipal de Mara Rosa (GO), cidade em que nasceu — a 330km de Brasília. Familiares e amigos da vítima estão inconformados com a morte prematura da estudante e buscam respostas. “Queremos entender o que aconteceu. Se a causa da morte realmente foi o bronzeamento, precisamos alertar as pessoas sobre isso. Além disso, esperamos justiça”, informou Míriam Faria, 19 anos, prima de Nara.
Nara passou pelo procedimento no sábado. Na terça-feira, seguiu para o Hospital das Forças Armadas (HFA), por volta das 19h, com sintomas de fraqueza, náuseas, dor e confusão mental. Tinha queimaduras de 1º e 2º graus e desidratação aguda. Recebeu medicação e hidratação, porém, o quadro se agravou. Por isso, foi encaminhada para a UTI do Hospital Daher, no Lago Sul, onde morreu. A 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul, cuida do caso.
Vigilância
Na mesma manhã em que a família se despedia de Nara, a Vigilância Sanitária do DF esteve no endereço da clínica, na 705 Sul, e fechou o estabelecimento por falta de alvará de funcionamento e licença de operação para atividades de estética. A Belo Bronze ficava no terceiro andar de uma residência também usada como pousada. Técnicos recolheram quatro macas e uma bomba de dedetização, supostamente utilizada para aplicar produtos químicos nos clientes. Os dois primeiros andares da construção também acabaram interditados porque não tinha condições de higiene e alvará de funcionamento.
O auditor da Vigilância Sanitária Márcio Cândido de Jesus informou que as macas estavam danificadas e sem condições de uso, e a bomba era de uso restrito a empresas de dedetização. “Ninguém mais entra. Demos um prazo de 10 dias para os moradores se mudarem”, explicou. Outro funcionário que participou da inspeção, Nilson Louli disse que a casa estava imunda. “Banheiros foram transformados em quartos. Um dos cômodos é mobiliado com diversos colchões e não há condições de higiene na cozinha ou nos banheiros”, ressaltou.
Fonte:correio braziliense