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Pesquisadores encontram 25 patos-mergulhões no Jalapão; ave é uma das mais raras e ameaçadas do mundo

Espécies foram encontradas no Rio Novo e em um dos seus afluentes, o Rio Verde. Ave só consegue se alimentar e se desenvolver em locais onde existam águas limpas e transparentes.

Considerada ave rara e uma das mais ameaçadas de extinção do mundo, o pato-mergulhão é uma das espécies encontradas na região do Jalapão, ponto turístico do Tocantins. Uma expedição realizada por pesquisadores encontrou 25 animais adultos no Rio Novo e em um de seus afluentes, o Rio Verde.

A expedição é realizada pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e Fundação Pró-Natureza (Funatura). A jornada ocorreu entre 27 de agosto e 2 de setembro com o objetivo de percorrer as unidades de conservação que fazem parte das áreas com potencial reprodutivo da espécie.

No ano passado, o pato-mergulhão recebeu o título de Embaixador das Águas Brasileiras. Além de raro, ele é considerado um bioindicador ambiental. Onde há ocorrência dele há, sem dúvida, natureza preservada. Isto porque esta ave só consegue se alimentar e se desenvolver em locais onde existam águas limpas e transparentes, em rios ou córregos encachoeirados, próximo à matas ciliares.

O biólogo do Naturatins Marcelo Barbosa destacou que durante os anos de acompanhamento, foi verificado que o pato-mergulhão corria o risco de extinção. Por causa disso, foi realizada uma força-tarefa no Jalapão a partir de 2015, para dar início à reprodução em cativeiro desta espécie.

“Com o intuito de realizar futura reintrodução da espécie na natureza, uma exemplar fêmea da espécie oriunda do Jalapão nidificou com o macho oriundo de Minas Gerais. Hoje a operação obteve sucesso, pois estes indivíduos geraram alguns filhotes em cativeiro. Todos estão bem, com saúde e em ótimo estágio de desenvolvimento”, concluiu o biólogo.
Nessa última expedição, foram encontradas várias dessas aves em todas as fases do ciclo de vida, desde a nidificação (quando a espécie constrói o seu ninho), filhotes recém-nascidos e até casais adultos.

Ao todo foram percorridos cerca de 150 km de extensão do Rio Novo, durante cinco dias de trabalho desde sua nascente na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins até a Cachoeira da Velha, no Parque Estadual do Jalapão.

O pesquisador da Fundação Pró-Natureza (Funatura), Paulo Antas, disse que ocorreu uma expansão do período reprodutivo do pato-mergulhão no Rio Novo, já que até julho ainda não havia ovos e filhotes.

“Neste ano incluímos a Estação Ecológica da Serra Geral, entre as áreas de reprodução desta espécie muito ameaçada. De acordo com os nossos registros entre 12 a 15% da população mundial do pato-mergulhão está no Rio Novo. A inclusão de mais uma UC neste esforço é uma ótima notícia, uma vez que auxilia a preservação da espécie e a unidade passa a ter o registro de reprodução”, enfatizou o pesquisador.

Atualmente a população mundial do pato-mergulhão é de cerca de 250 indivíduos. A espécie ocorre em áreas isoladas no estado de Minas Gerais, Goiás e Tocantins. Há ainda registros históricos que apontam a ocorrência dessa espécie no Mato Grosso, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. O pato-mergulhão já ocorreu também na Argentina e no Paraguai, onde atualmente encontra-se extinto.

G1 Tocantins.

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