Ruas de Kerman, no sudeste do Irã, foram tomadas por dezenas de milhares de pessoas para homenagear o general Qassem Soleimani.
Um enorme tumulto deixou ao menos 50 mortos no meio da multidão que lotou as ruas da cidade natal de um comandante militar iraniano assassinado para acompanhar o funeral nesta terça-feira (7), o que forçou o adiamento do enterro, informou a mídia estatal.
As ruas de Kerman, no sudeste do Irã, foram tomadas por dezenas de milhares de pessoas para homenagear o general Qassem Soleimani, cuja morte em um ataque de drone dos Estados Unidos no Iraque, na sexta-feira, mergulhou a região em uma nova crise e provocou temores de um conflito mais amplo.
Uma autoridade iraniana de alto escalão disse que o Irã está estudando vários opções para vingar o assassinato. Outras figuras graduadas disseram que o Irã repetirá a escala da morte de Soleimani quando reagir, mas que escolherá a hora e o local.
O tumulto desta terça-feira ocorreu no meio da multidão, matando ao menos 50 pessoas, disse uma autoridade do departamento legista à agência de notícias Isna. Cerca de 210 pessoas ficaram feridas, disse uma autoridade dos serviços de emergência à agência Fars.
Segundo a Isna, o enterro de Soleimani foi adiado, mas a agência não disse por quanto tempo.
“Hoje, por causa do grande congestionamento de pessoas, infelizmente vários de nossos compatriotas que pranteavam ficaram feridos e vários foram mortos”, disse Pirhossein Kolivand, chefe dos serviços de emergência, à televisão estatal.
O corpo de Soleimani, um herói nacional cuja morte uniu muitos iranianos, foi levado a diversas cidades do Irã antes de chegar a Kerman para o enterro.
Em cada lugar, um grande número de pessoas ocupou as vias públicas, bradando “Morte à América” e chorando com emoção. O líder supremo, Ali Khamenei, chorou enquanto conduzia as orações em Teerã.
Soleimani, que comandava a Força Quds de elite, montou uma rede de forças apoiadas pelo Irã em todo o Oriente Médio. Ele foi uma figura central na orquestração da longa campanha iraniana para expulsar as forças dos EUA do Iraque.
Ali Shamkhani, secretário do Supremo Conselho de Segurança Nacional, disse que 13 “cenários de vingança” estão sendo cogitados, segundo a agência a Fars. Mesmo a opção mais branda se mostrará “um pesadelo histórico para os americanos”, afirmou.
O Irã, cujo litoral corre ao longo de uma rota de transporte de petróleo do Golfo Pérsico que inclui o Estreito de Ormuz, tem forças aliadas em todo o Oriente Médio por meio das quais pode agir. Representantes destes grupos, como o palestino Hamas e libanês Hezbollah, compareceram ao funeral em Teerã.
Portal do Amaral.