Pai e dois filhos sobreviveram à batida em Porangatu. Colisão envolveu dois carros e três caminhões.
Os três adultos, as duas crianças e as duas bebês que morreram em um acidente na BR-153, em Porangatu, no norte goiano, eram da mesma família. De acordo com parentes, eles saíram de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, para passar o Natal com familiares em uma fazenda da cidade em que a batida aconteceu.
“Eles iam passar o Natal na fazenda da irmã deles, filha do meu ex-marido. Eles estavam todos muito felizes, iam levar as bebês para ela conhecer”, contou ao site Marli Silva, mãe de dois dos três adultos que morreram.
O acidente aconteceu perto do destino final da família, por volta do meio-dia de sábado (22), no KM 80. De acordo com sargento dos bombeiros Rodrigo Alves da Silva, a batida envolveu três caminhões, um Ford Fiesta e um Siena, o qual ficou totalmente queimado.
Marli contou que no Siena estavam o genro e pastor, Jocelio Coutinho, de 39 anos, a mulher dele e filha dela, Gislene Severo da Silva Coutinho, de 33 anos, que trabalhava na administração de uma empresa e licença-maternidade por causa do nascimento da filha, Ana Beatriz, de 4 meses de vida. No carro também estava o outro filho do casal, Davi Lucas, de 5 anos, e Mariana Caroline da Silva, sobrinha de Gislene.
“O Jocélio estava dirigindo e no banco da frente estava a Mariana. O pai dela estava no Pará e ia encontrar depois com eles em Poragatu. A Gislene estava atrás com os filhos”, relatou Marli.
Ana Beatriz foi arremessada do Siena, mas morreu no Hospital Municipal de Porangatu. “Segundo as vítimas que sobreviveram, um dos bebês foi arremessado do Siena, que estava carbonizado. Quando chegamos, esse bebê já estava no colo de um deles”, explicou.
Todos passageiros do Siena morreram no acidente — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiro
No outro carro estavam o filho mais velho da Marli e gerente de uma empresa, Geurivanio Severo da Silva, de 39 anos, a mulher dele, a técnica em enfermagem Grazielli Viviane de Sousa Silva, de 31 anos, e três filhos do casal, sendo uma menina de 3 meses de vida e dois meninos de 4 e 11 anos.
Grazielli e a bebê, Beatriz Grabrielle, morreram no acidente. De acordo com Marli, Geurivanio quebrou a clavícula e o neto de 4 anos fraturou a perna e a mandíbula. Já o menino de 11 anos não sofreu ferimentos.
Os corpos das vítimas estão sendo trazidos para Aparecida de Goiânia. O velório está previsto para começar às 19h30 deste domingo (23), na Igreja Assembleia de Deus Ministério Vila Nova, no Setor Independência Mansões.
“Eu estou firme porque a minha base é Jesus. Ele me sustenta, ele tirou sete pedaços meus, mas me deu estrutura que vou suportar tudo. Não é fácil”, disse Marli.
Caminhoneiros feridos
Em cada um dos três caminhões, conforme os bombeiros, havia apenas os motoristas. Dois deles ficaram feridos e foram levados ao hospital. Já o terceiro saiu ileso.
O site tentou contato com o Hospital Municipal de Porangatu em busca de informações sobre a situação dos caminhoneiros, mas as ligações não foram atendidas até a publicação desta reportagem.
Causa do acidente
Inspetor da Polícia Rodoviária Federal, Newton Morais disse, ao que tudo indica, um caminhoneiro, que seguia no sentido de Anápolis ao Tocantins, causou o acidente.
“O caminhão encostou num dos veículos de pequeno porte, que encostou no outro. Os dois carros rodaram e foram atingidos pela carreta que seguia do Tocantins para Anápolis. Esse caminhão bateu nos dois carros e em outro caminhão”, detalhou o investigador.
De acordo com o inspetor da PRF, os três caminhoneiros passaram pelo teste do bafômetro, que apontou que eles não estavam alcoolizados. Foram levadas para perícia peças do caminhão que teria causado a batida.
“ Foram recolhidos os discos e tacógrafo do caminhão que provocou o acidente. Foram levados pela Polícia Técnico-Científica. Só a partir disso a gente vai ter noção da velocidade do caminhão”, explicou.
G1 Tocantins.