Osmar Serraglio, que tem o agronegócio como principal financiador de sua campanha, afirmou que os indígenas deveriam estar preocupados com qualidade de vida
Amigo da bancada ruralista no Congresso e tendo o agronegócio como principal financiador de suas campanhas, além de ter sido relator da PEC 215, uma proposta de emenda à Constituição que altera o sistema de demarcação de terras indígenas, o novo ministro da Justiça, Osmar Serraglio, afirmou que “terra não enche barriga”, ao comentar os conflitos agrários no Brasil, especificamente a questão dos índios.
“O que acho é que vamos lá ver onde estão os indígenas, vamos dar boas condições de vida para eles, vamos parar com essa discussão sobre terras. Terra enche a barriga de alguém?”, disse o ministro de Temer, que assumiu a cadeira no último dia 7.
Ele também criticou a atuação de ONGs ligadas à causa. “Ouço muito essas ONGs levando dinheiro, inclusive dinheiro oficial na saúde. A saúde do indígena. Eu vejo, você vê, os indígenas são tratados quase como uns animais”.
Depois, defendeu a CPI da Funai, em andamento na Câmara e que é formada em sua maioria por ruralistas, como uma forma de esclarecer os desmandos no setor.
Ele ainda disse que não escolherá nenhum lado na batalha entre ruralistas e índios, e fala em pacificar a crise no campo usando a Constituição. As informações são da Folha de S. Paulo.
O ex-presidente da Funai e sócio-fundador do Instituto Socioambiental (ISA), Marcio Santilli, rebateu as declarações. “Os índios não estão preocupados em encher a barriga, estão preocupados em ter suas terras demarcadas e respeitadas”, afirmou.
Em novembro do ano passado, em uma decisão incomum, a Casa Civil da Presidência da República mandou devolver à Funai 13 processos de demarcação de terras indígenas, que se referem a 1,5 milhão de hectares em 11 Estados, que aguardavam homologação presidencial.(Fonte:Noticias ao Minuto)