Ministro Lewandowski voltou atrás e, em nova determinação, atende pedido da Procuradoria Geral da República. Valério Luiz foi morto a tiros quando saía da rádio onde trabalhava, em Goiânia.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski reconsiderou e decidiu por enviar o presidente do Atlético-GO, Maurício Borges Sampaio e outros três homens, a júri popular pela morte do radialista Valério Luiz. O crime ocorreu em 2012, em Goiânia. O acusado afirmou que vai recorrer.
Lewandowski havia negado recurso da defesa que pedia a anulação do júri popular, mas na decisão proferida no último dia 18 de dezembro ele anulou o pedido. Atendendo a nova solicitação da Procuradoria Geral da República, ele reviu mais uma vez o processo e determinou que Sampaio vá a júri popular.
Em novo documento assinado pelo ministro, na quinta-feira (1º), ele voltou atrás da última decisão, que anulava a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) e determinava que Sampaio não fosse a júri popular.
No texto atual, ele admite ter mudado a forma de ver os fatos após nova argumentação da Procuradoria-Geral da República. “Na espécie, e agora diante de todos os elementos do caso concreto, penso que, de fato, a sentença de pronúncia preenche os requisitos legais, ao tratar sobre a materialidade e a autoria”, escreveu.
Maurício Sampaio se mostrou indignado com a nova determinação e disse que se sente extremamente injustiçado.
“Eu me sinto incrédulo, como uma pessoa dá uma decisão e reforma em seguida? A pressão é muito forte no Judiciário. O que eu peço é que se dê condições para que eu possa provar minha inocência. Estou sendo escrachado e nunca fui ouvido por nenhum juiz. Respeito todas as decisões, mas vou provar a minha inocência”, disse.
Morte de Valério
O crime aconteceu em 5 de julho de 2012, logo depois de Valério Luiz deixar a Rádio Jornal 820, no Setor Serrinha, em Goiânia. Ele foi atingido por seis tiros.
O juiz Lourival Machado, da 2ª Vara dos Crimes Dolosos contra a Vida, mandou Sampaio, a júri popular pelo crime de homicídio qualificadopor motivo torpe mediante recompensa e adoção de meio que impossibilitou a defesa da vítima. Ele é acusado de ser o mandante do crime
Valério Luiz de Oliveira morreu aos 49 anos, em Goiânia (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
Denúncia
De acordo com a denúncia, o crime teria sido motivado pelas críticas que o jornalista fazia à diretoria do time de futebol. O documento destaca que os comentários geraram entre Sampaio e Valério Luiz “acirrada animosidade e ressentimento” por parte do acusado.
Além de Sampaio, também foram acusados de envolvimento no crime: Urbano de Carvalho Malta, Ademá Figueiredo, Marcus Vinícius Pereira Xavier e Djalma da Silva. No entanto, a assessoria da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) informou ao G1 que nenhum deles está preso.
G1 Goiás