Cristiano Felipe Reis e Robson Alves Cintra têm quadro grave. Os outros três ocupantes da aeronave morreram no local.
Doze dias após a queda do avião no Pará, os sobreviventes do acidente, Cristiano Felipe Rocha Reis e Robson Alves Cintra, seguem internados em estado grave no Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia. Segundo familiares, eles precisam de doações de sangue.
“O Cristiano e o Robson fazem transfusões de sangue após cada procedimento porque a perda é significante. Gostaria de pedir, a quem puder, que doe sangue. É um procedimento simples. Doação de sangue é um ato de vida e de amor pelo próximo”, disse a mãe de Cristiano.
As doações devem ser feitas na própria unidade de saúde, por doador de qualquer tipo sanguíneo. É necessário que a pessoa informe os nomes dos pacientes.
Cristiano e Robson estão internados desde o dia do acidente, em 27 de julho. A queda do avião aconteceu próximo à comunidade de Barra Mansa, em São Felix do Xingu, sudeste do Pará. Cinco pessoas estavam na aeronave, sendo que três morreram: Victor Gabriel Tomaz, de 10 anos, Evandro Geraldo Rocha Reis, de 73 anos, e José Gonçalves de Oliveira, de 72.
Os dois sobreviventes são moradores de Goiânia e, por isto, deixaram hospitais da cidade de Tucumã e vieram para tratamento especializado na capital goiana. Eles chegaram a Goiânia um dia depois do acidente, em 28 de julho. Desde então, estão internados no Hugol.
De acordo com o boletim médico divulgado nesta quarta-feira (8), Cristiano e Robson estão na Unidade de Terapia Intensiva do Hugol. Eles respiram com a ajuda de aparelhos.
Conforme a TV Anhanguera, o Corpo de Bombeiros afirmou que Cristiano teve 95% do corpo queimado e Robson, 40%. O Hugol não confirma a informação.
Torcida pela recuperação
Ana Maria pede orações pela recuperação do filho e do amigo. “Cada dia é uma vitória. Meu filho está vivo com base no tratamento intensivo e nas orações”, disse a mãe de Cristiano.
Amigos também reforçam a corrente, como o cantor sertanejo Juliano, da dupla com Henrique. “Um irmão que a vida me deu. Estou em oração por você meu irmão, você é forte, vai sair dessa fácil. Um dos melhores pilotos que já conheci, você me inspirou na aviação, me mostrou que eu podia ir além. Sua história não acaba aqui irmão, vamos ter muitos voos juntos ainda”, postou em uma rede social.
Meses antes do acidente, Cristiano anunciou que deixaria o trabalho como piloto. “Sensação de total dever cumprido e honrado pela credibilidade e confiança que a mim foram depositadas ao longo desses 13 anos conduzindo vidas profissionalmente. Encerro orgulhosamente minha vida como aviador. Um ciclo se fecha, e um novo cheio de projetos e sonhos se inicia!”, postou Cristiano, em maio deste ano, em uma página na internet.
Investigação
A Polícia Civil do Pará informou que o avião partiu do aeroporto de Ourilândia do Norte, a cerca de 900 quilômetros da capital Belém, por volta das 13h30h de sexta-feira, mas não explicou qual o destino. Em pane durante o voo, o piloto teria realizado um pouso de emergência e a aeronave pegou fogo.
O G1 entrou em contato com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) na quarta-feira (8) em busca de informações sobre a investigação do acidente e aguarda retorno. Em 28 de julho, o órgão enviou uma nota informando que investigadores do Primeiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa I) começaram a apuração do acidente envolvendo a aeronave de matrícula PP-MMR.
De acordo com o órgão, as atividades iniciais visam coletar dados: fotografar cenas, retirar partes da aeronave para análise, reunir documentos e ouvir relatos de pessoas que possam ter observado a sequência de eventos. “A investigação realizada pelo Cenipa tem o objetivo de prevenir que novos acidentes com as mesmas características ocorram”, afirma a nota.
Informações no site da Agência Nacional Brasileira (Anac) apontam que o modelo da aeronave que caiu no Pará era 210L. O avião foi fabricado pela Cessna, em 1976, e não pertencia a nenhum dos ocupantes.
De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro, a aeronave estava com o certificado de aeronavegabilidade vencido desde agosto do ano passado e, por isto, não tinha autorização para voar.
G1 Tocantins.