Duas convenções foram realizadas no sábado (21) e outras cinco no domingo (22). Partidos devem registrar candidaturas no TRE nesta segunda (23).
Sete partidos lançaram candidatos a governador do Tocantins para a eleição suplementar que será realizada em 3 de junho. As chapas precisam ser registradas nesta segunda-feira (23) no Tribunal Regional Eleitoral e ainda dependem da aprovação do TRE para ter validade.
Dois partidos, o PSOL e a REDE, fizeram as convenções no sábado (21)e os outros cinco, PSB, PDT, PRTB, PHS e PR, organizaram eventos no domingo (22).
Veja a seguir quem são os candidatos lançados neste domingo.
Carlos Amastha (PSB)
Amastha lançou a candidatura com um evento no Espaço Cultural em Palmas. O ex-prefeito disse que vai passar com uma caravana pelos 139 municípios do Tocantins, para isso o local foi decorado como uma rodoviária. O comitê de campanha dele será itinerante.
“A nossa única bandeira é fazer a revolução que este estado tanto precisa. O que a gente tem aqui hoje nessa convenção é exatamente isso”, disse Amastha durante o evento. “Cada vez que a gente visita um canto no Tocantins nunca me perguntam o que ‘O que você vai fazer pela juventude do Tocantins?’. Não, a pergunta é sempre mesma: ‘Você vai fazer pela juventude do Tocantins o que fez pela juventude de Palmas?’ e eu vou!”, disse o político.
O empresário e entrou para a política em 2012, quando foi eleito prefeito da capital pela primeira vez. Ele foi reeleito em 2016, mas renunciou no começo de abril para disputar a eleição.
Carlos Enrique Franco Amastha tem 56 anos e nasceu em Barranquilla, na Colômbia. Há mais de 30 anos reside no Brasil onde formou família e estabeleceu empreendimentos empresariais. Ele pode concorrer a cargos públicos por ter sido naturalizado brasileiro.
Primeiro prefeito estrangeiro de uma capital brasileira, Amastha é casado e pai de três filhos. Ele se apresenta como um político diferente dos tradicionais e combate o que costuma chamar de ‘velha política’.
Kátia Abreu (PDT)
A candidatura de Kátia Abreu foi lançada na sede do PDT em Palmas. O evento não teve discursos ou a presença da militância. A senadora estava acompanhada de outras lideranças políticas do Tocantins e assinou a ata que oficializou a escolha do partido.
A senadora Kátia Abreu era pecuarista e comandava fazendas no sul do Tocantins quando começou sua carreira política. Ela passou pelo antigo PFL e foi filiada ao DEM, PSD e PMDB.
A primeira eleição que ela venceu foi em 2002, para deputada federal. Em 2006 se tornou senadora pelo Tocantins e foi reeleita em 2014, o único período em que ficou afastada do Senado foi enquanto esteve no comando do Ministério da Agricultura, durante o segundo mandato de Dilma Rousseff (PT).
Ao longo da carreira, Kátia Abreu se envolveu em várias polêmicas com ambientalistas. Ela também foi citada na operação Lava Jato durante as delações da Odebrecht, mas não chegou a ser indiciada.
Marcos de Souza (PRTB)
O PRTB realizou a convenção na sede do partido em Palmas, o evento foi no começo da noite. Marcos de Souza tem 64 anos e é natural de Minas Gerais. Ele é empreendedor e trabalha na iniciativa privada. Se mudou para o Tocantins quando o estado foi criado para ser um dos pioneiros. Foi vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Palmas (ACIPA) por dois mandatos.
Em 2006, assumiu a Secretaria de Trânsito, Transporte e Mobilidade de Palmas, permanecendo no cargo até 2008. Ele foi responsável pela implantação das primeiras ciclovias e por mudanças no sistema de transporte público da cidade.
Marcos de Souza é graduado em Gestão Pública e lança uma campanha que prega equilíbrio econômico nas contas públicas, corte de despesas desnecessárias e o combate à corrupção.
Mauro Carlesse (PHS)
O evento que lançou a candidatura de Mauro Carlesse foi no auditório da Assembleia Legislativa. Além de lideranças políticas, a militância do partido também esteve presente. A convenção só terminou no começo da noite, após vários discursos de apoiadores do governador interino.
“Nós temos condições de fazer do nosso estado o melhor estado do Brasil. Ele tem tudo para ser feito. Ele tem ferrovia, ele tem estradas para todos os lado, ele tem energia, ele tem alguns projetos que têm que ser terminados. E tem o melhor que nós temos que é o povo, querendo, precisando, necessitando. É por isso que eu entrei na política”, disse ele.
Carlesse nasceu em Terra Boa (PR) e no Tocantins atuou como empresário e agropecuarista. Ele iniciou na política ao se filiar no Partido Verde (PV) em 2011. Foi candidato a prefeito em Gurupi nas eleições de 2012. No ano seguinte, filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e venceu as eleições de 2014 para deputado estadual.
Em 2015, Carlesse se envolveu em uma polêmica ao ser preso no departamento de assessoria militar da Assembleia Legislativa, em Palmas. A prisão foi decretada por causa de um processo de execução de pagamento de pensão alimentícia contra o parlamentar, que corre na comarca de Barueri (SP).
Na época, o advogado do parlamentar, Sandro Henrique Armando, disse que houve uma divergência nos valores defendidos pelas partes.
Atualmente, Carlesse ocupa o cargo de governador interino do Tocantins. Ele assumiu o Palácio Araguaia após a cassação de Marcelo Miranda (MDB) e Cláudia Lelis (PV).
Vicentinho Alves (PR)
Em 2008 foi eleito deputado federal e em 2011 ficou como suplente de senador. Alves assumiu a vaga que Marcelo Miranda não pode ocupar após ser barrado pela Lei da Ficha Limpa. Hoje é primeiro-secretário da mesa diretora do Senado.
Além da carreira política, Alves é piloto comercial, agropecuarista e empresário. A coligação dele é uma das mais amplas da campanha. O senador pretende fazer uma campanha voltada para a recuperação econômica, atração de investimentos e geração de empregos.
Mario Lucio Avelar (PSOL)
A convenção do PSOL foi na tarde de sábado no auditório da Câmara de Vereadores de Palmas. Mario Lucio apresentou uma série de políticas públicas para serem implementadas durante o governo.
“A proposta passa pelo equilíbrio das contas públicas e de recuperação da capacidade de desenvolvimento do estado. É preciso haver um choque de gestão para recuperar o equilíbrio fiscal. E a partir daí deixar o estado em condições de desenvolver políticas públicas com base em transparência”.
Ele é natural de Minas Gerais e foi promotor de Justiça no Tocantins entre os anos de 1993 a 1996. Também atuou como procurador da República, entre 1996 a 2003. Formado em Direito e Economia, atualmente exerce o cargo de procurador da República de Goiás. Esta é a primeira vez que ele tenta uma candidatura a um cargo elegível.
Marlón Reis (Rede Sustentabilidade)
O Rede já havia anunciado o nome de Marlón Reis como pré-candidato, no fim de março. Durante a convenção, que foi realizada na tarde de sábado em hotel da capital, ele apresentou alguns pontos do plano de governo. Reis também vai disputar, pela primeira vez, um cargo político.
“Entendemos que esse período é de extrema importância. São seis meses que podem ser adotadas medidas preparatórias para um quadro real principalmente no combate à corrupção. É possível ampliar a transparência e revelar os dados reais das contas do estado, abrir diálogo com a sociedade sobre as demandas que podem ser supridas. Nesses seis meses, vamos preparar o Tocantins para os próximos quatro anos. É possível fazer um governo reorientando o Estado para que ele cumpra no futuro o papel que deve cumprir”.
Márlon Reis é natural de Pedro Afonso, na região central do estado, e se formou em Direito. Ele atuou como juiz eleitoral até 2016. Ganhou notoriedade ao relatar a Lei da Ficha Limpa, que torna inelegível por oito anos o candidato que tiver o seu mandato cassado, renunciar para evitar a cassação ou for condenado por decisão de órgão colegiado.
Ele também idealizou e fundou, junto com lideranças sociais, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).
A cassação
O mandato de Marcelo Miranda (MDB) foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no fim de março por captação irregular de recursos. Mas no dia 6 de abril, ele conseguiu uma liminar no Supremo Tribunal Federal e voltou ao Palácio Araguaia até que o TSE julgasse os embargos de declaração, instrumento jurídico usado para esclarecer pontos contraditórios da sentença. Na última quarta-feira (18), os ministros do tribunal rejeitaram os embargos e decidiram manter o afastamento de Miranda.
Mauro Carlesse, presidente da Assembleia Legislativa, assumiu o cargo e fica até que seja realizada a eleição suplementar ou até que o ministro Gilmar Mendes julgue outra liminar do governador cassado Marcelo Miranda.