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Reis do Gado: sete investigados são presos e um está foragido

Entre os presos está Júnior Miranda (irmão de Marcelo Miranda).
Pai de Miranda prestou depoimento por 15h e foi liberado.

Sete investigados na operação Reis do Gado foram presos temporariamente após prestarem depoimento nesta segunda-feira (28). Um oitavo suspeito que tem mandado de prisão é considerado foragido, a polícia não divulgou o nome dele. O pai do governador Marcelo Miranda (PMDB), Brito Miranda foi liberado após prestar depoimento por 15h.  A operação Reis do Gado investiga corrupção e lavagem de dinheiro no Tocantins entre os anos de 2005 e 2012. Além disso, identificou que R$ 200 milhões foram lavados. O governador Marcelo Miranda é um dos alvos da investigação. 

Após prestarem depoimento na sede Justiça Federal, em Palmas, os sete presos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) e em seguida para a Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP), onde permanecem temporariamente presos.

Os sete presos são: Júnior Miranda (irmão de Marcelo Miranda), Alex Peixoto do Santos (empresário), Sérgio Leão (secretário de infraestrutura), Alex Câmara (empresário), Alaor Junqueira (contador), José Miguel Peixoto (empresário) e Carlos Mudin. O oitavo investigado está foragido.

Marcelo Miranda prestou depoimento por quatro horas na tarde desta segunda-feira e foi liberado.

O ex-governador Siqueira Campos foi conduzido coercitivamente. O chefe da Delegacia de Repressão e Combate ao Crime Organizado, Cleyber Malta, explicou que ele foi levado para prestar depoimento porque foi verificado que algumas empresas que estabeleceram contratos em 1998, na gestão dele, para a construção de pontes, permaneceram executando serviços em várias gestões.

Operação
São oito mandados de prisão temporária, 24 de condução coercitiva e 76 de busca e apreensão nas cidades de Palmas e Araguaína (TO), Goiânia (GO), Brasília (DF), Caraguatatuba (SP), e nos municípios de Canaã dos Carajás, Redenção, Santa Maria, São Félix do Xingu, no Pará. Segundo a PF, os mandados foram expedidos pelo STJ.

Sete são presos pela PF  (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Sete são presos pela PF na operação Reis do Gado (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Lavagem de dinheiro
O superintendente da PF disse que a suposta lavagem era feita, ora pela compra e venda de gado, ora pela compra e venda de fazendas. Uma das fazendas compradas no Pará teria sido registrada por R$ 20 mil, sendo que o valor da propriedade chegava a R$ 40 milhões. A polícia investiga se houve a partipação de cartorários no registro do imóvel. A PF disse que a lavagem envolve outros bens como aeronaves, carros e salas comerciais.

Vieira informou ainda que a associação era organizada e até registrada em cartório.
“O que nos chamou atenção é que o grupo criminoso praticamente registrou em cartório a atividade de lavagem. Foi registrada em cartório um distrato de uma sociedade, quando se faz um distrato é porque houve um contrato. Nesse distrato foi feita uma composição onde um dos laranjas se retirava e deixava os bens para pessoas da família do governador”, informou Vieira. Alguns dos laranjas teriam devolvido os bens e o dinheiro sem cobrar nada em troca, complementou.

Marcelo Miranda é alvo da operação Reis do Gado, da Polícia Federal (Foto: Divulgação)
Marcelo Miranda é alvo da operação Reis do Gado, da Polícia Federal (Foto: Divulgação)

Conforme a PF, o caso começou a ser investigado há cerca de um ano. Durante a investigação foi verificado que a família do governador teria o segundo maior rebanho do estado do Pará, totalizando 30 mil cabeças de gado. A atividade, segundo a polícia, era usada para mascarar a origem de outros recursos.

Dos R$ 200 milhões que teriam sido lavados, “R$ 60 milhões eram em dinheiro que circulavam na conta de terceiros e ao final, parte dos valores teria voltado para posse da família do governador”, explicou Malta.

Todos os bens de Marcelo Miranda, do pai e de um um dos irmãos foram bloqueados. Além disso, serão investigadas as prestações de conta no Imposto de Renda de todos eles. Segundo a PF, os registros declarados estão em desacordo com o que foi movimentado em conta.

O valor de R$ 200 milhões foi detectado no processo de lavagem, mas o dinheiro das contratações supera esse valor.”A partir do estabelecimento dos contratos das pontes, percebemos que o grupo permaneceu e apenas alternou-se em relação aos diversos governadores que iriam passando. Havia sempre uma tentativa de composição destas empresas com os governadores para que permanecessem fazendo obras e pagamento de propina para a manutenção destes contratos. A propina era paga tanto para o recebimento das obras, quanto em forma de doação de campanha”, explicou Malta.(fonte:g1/to)

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