Setembro já é considerado o mais quente da história do estado, foram mais de 9,5 mil focos de fogo no mês. Efetivo não é suficiente para atender todas as ocorrências.
O mês de setembro de 2017 é tido como o mais quente da história do Tocantins. Em 25 dias o número de focos de fogo registrados superou o acumulado dos oito primeiros meses do ano. Foram mais de 9,5 mil incêndios monitorados, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe). As chamas deixaram um restro de destruição e muitos prejuízos na zona rural.
Em algumas áreas, as imagens podem ser confundidas com cenas de guerra. Helicópteros cruzam o céu e atacam as chamas. Em Pedro Afonso, na região central, um incêndio atingiu trinta fazendas e matou 100 cabeças de gado. Em uma das propriedades o prejuízo chegou a R$ 400 mil. O fogo começou em uma plantação de cana.
Em Miracema do Tocantins as chamas apareceram em uma área de eucalipto. O incêndio atingiu a rede elétrica e 22 cidades chegaram a ter o fornecimento comprometido. Em Luzimangues, distrito de Porto Nacional, a preocupação foi com uma distribuidora de combustíveis. Uma queimada também causou transtornos numa comunidade quilombola em Araguatins.
O Tocantins tem 551 bombeiros, divididos nove cidades, para os 139 municípios. “Todo município deve ter a sua brigada de incêndio para dar a primeira resposta… quando um município daqui a 50 quilômetros tem um incêndio lá ai eles nos solicitam, fica difícil nós atendermos ao mesmo tempo nossas ocorrências”, conta o Major João Neto.
Em Carmolândia os funcionários de fazendas da região levaram dois dias pra apagar o fogo. Mil animais morreram. Na tentativa de conter as chamas um deles acabou sendo atingido, teve a metade do corpo queimado e está na UTI em estado gravíssimo.
O Ibama suspeita que o incêndio tenha começado por causa de um rompimento no cabo de alta tensão. Um helicóptero do governo faz um levantamento da área devastada. O prejuízo disso tudo vai muito mais além do que se pode calcular.
“Impotência. É aquilo que você não tem muito o que fazer, realmente um sentimento muito ruim, muito ruim mesmo. A gente pede a Deus, procura uma explicação, um motivo neh? Eu acho que a gente tem que pesquisar para saber, que situações dessas não ocorram… é muito triste”, comenta o pecuarista Nasser Yunes.
G1/TO