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Prefeita admite colapso na saúde de Palmas e alerta para momento ainda ‘muito crítico’

“Mais de 87% de ocupação nos leitos é sim considerado um colapso”, disse.

Após prorrogar a suspensão das atividades não essenciais por mais uma semana, a prefeita de Palmas Cinthia Ribeiro (PSDB) disse que o acompanhamento dos boletins diários demonstrou que houve, nos últimos 10 dias, uma redução significativa nos casos de contaminação pela covid-19. A gestora foi entrevistada na manhã desta quarta-feira (17) no Bom Dia Tocantins.

“Tudo isso é feito com base em dados técnicos. Não é por um achismo. Nem de longe um prefeito de uma cidade quer absorver todo um desgaste […] ou estabelecer briga com o consumidor e empreendedor. Mas é necessário para esse momento”, justificou.

Cinthia admitiu que o avanço da pandemia levou o sistema de saúde do município ao colapso. “Estamos com uma margem [de ocupação de leitos] que não nos permite voltar a um funcionamento próximo do normal em toda cidade. Mais de 87% de ocupação nos leitos é sim considerado um colapso na saúde”, afirmou.

SUPERLOTAÇÃO

Questionada a respeito da superlotação nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), a prefeita disse que o serviço ofertado pelo município é de ‘porta aberta’, e recebe pacientes de várias regiões do Estado.

“É nosso dever receber todos esses pacientes, e para isso temos que estar bem equipados. Mesmo com a abertura de novos leitos a demanda tem crescido bastante. Antes tínhamos em nossas UPAs uma média de 100 a 110 pacientes, agora esse número subiu quatro vezes. Nós estamos realizando obras estruturantes para que tanto a UPA Sul, quanto a UPA Norte, fiquem atendendo exclusivamente a pacientes covid”, afirmou a prefeita.

O PIOR AINDA ESTÁ POR VIR

Segundo Cinthia Ribeiro, mesmo com a situação de colapso, nenhum paciente deixou de ser atendido ou ficou sem o suporte necessário para o tratamento da doença. A gestora avaliou que o pior ainda está por vir e alertou a população.

“Nós temos que nos preparar para um momento de saúde muito crítico. Não há outra forma se não equipando nosso sistema de saúde”, afirmou.

PARCERIA

Um ano após o registro do primeiro caso da doença no Tocantins, Estado e Município de Palmas ainda não se entenderam quando às respectivas responsabilidades no enfrentamento à pandemia. A prefeita admitiu a falta que faz um hospital municipal na Capital, mas lembrou que o Estado é responsável pelos procedimentos de média e alta complexidade.

“Quando tivemos o pico da primeira onda da doença, o Governo do Estado se propôs a construir um hospital de campanha e nós nos colocamos a disposição, mas optaram por uma modalidade que não fosse essa e respeitamos a decisão”, lembrou a prefeita.

Ela citou que a força-tarefa criada pelo Governo para coibir aglomerações vai auxiliar na fiscalização.

“Temos uma equipe que está atuando há mais de um ano nesse enfrentamento. O efetivo da Guarda Metropolitana, dos fiscais de postura, da Vigilância Sanitária é específico. Agora, com o movimento de um lockdown parcial, pelo menos com as novas medidas do decreto estadual, nós teremos também as forças de segurança da Polícia Militar e da Secretaria de Segurança Pública somando esforços à essa fiscalização que tende, com certeza, a ser mais efetiva”, disse Cinthia.

VACINAS E TESTES

Cinthia Ribeiro também falou sobre a vacinação as pessoas que pertencem a grupos de risco e testes rápidos. Ela explicou porque as ações de testagem em massa só começaram a ser feitas com quase um ano desde o primeiro caso positivo de coronavírus na cidade.

“O fato de lidarmos com algo que é totalmente novo fez com que nós pudéssemos fazer ajustes diários. A própria aquisição desses testes logo no início da pandemia, inclusive os fornecedores o colocavam a um preço muito alto. E a difícil acessibilidade também, porque todos tinham interesse no mesmo produto”.

Segundo a prefeita, mais de 76 mil testes foram realizados na Capital. “Continuamos com essa busca ativa”.

AF Notícias.

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