Nas ruas, população não vê reflexos positivos após a paralisação que causou transtornos em todo o país. Presidente havia prometido uma diminuição de R$ 0,46 no valor do diesel.
Dois meses após a greve dos caminhoneiros, a população não vê reflexos positivos nos valores dos combustíveis. Pelo contrário, o preço médio do diesel e da gasolina teve um aumento nesse mês de julho, se comparado com maio. A paralisação começou no dia 21 de maio e durou 10 dias no Tocantins. O ato provocou o desabastecimento de gás, alimentos e combustível.
Para negociar com os caminhoneiros, o presidente Michel Temer editou, no mês de junho, três medidas provisórias para reduzir em R$ 0,46 o preço do litro do diesel, durante dois meses.
Na época, o ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, disse que os postos teriam de fixar uma placa com o preço do diesel cobrado em 21 de maio, dia em que se iniciou a greve dos caminhoneiros. Desse preço, disse o ministro, teriam de ser descontados os R$ 0,46 – dos quais R$ 0,30 eram subvenção do governo (que compensará a Petrobras) e R$ 0,16 resultado da eliminação da incidência dos tributos Cide e da redução de PIS-Cofins sobre o diesel.
Mas o que se vê no Tocantins é um cenário diferente. De acordo com um levantamento feito pelo Procon, o litro do diesel era vendido, em média, a R$ 3,46, em maio. No dia 16 deste mês, o valor médio subiu para R$ 3,52.
Em maio, a gasolina era vendida a R$ 4,27. Em julho, o valor médio foi para R$ 4,77. Quem depende do combustível, reclama. “Para mim, não mudou nada porque as coisas estão do mesmo jeito, não abaixou nada”, disse o caseiro José dos Santos.
O G1 acompanha o preço dos combustíveis desde o fim da paralisação. No dia 4 de junho, foi feito um levantamento e constatou que o desconto de R$ 0,46 no preço do diesel ainda não tinha chegado na maioria dos postos de Palmas. De 14 postos de Palmas, em nenhum o valor total prometido estava sendo praticado nas bombas. A redução máxima encontrada foi de R$ 0,41. Em alguns casos, o que se viu foi um aumento no valor.
“Nós já estamos voltando à estabilidade, nós não sabemos o que poderá acontecer após esses 60 dias que era promessa do governo”, argumentou a educadora financeira Zenir Campos.
G1 Tocantins.