Há semelhanças entre local e maneira da prática dos crimes, diz delegado.
Análise de material genético pode mostrar autoria da morte de Naiara Barros.
A Polícia Civil investiga se o vendedor ambulante Luis Carlos Costa Gonçalves, de 35 anos, suspeito de matar a garota Ana Clara Pires Camargo, de 7, também tem envolvimento no homicídio da costureira Naiara Saraiva Barra, de 22. Assim como a criança, a jovem também ficou desaparecida e teve o corpo encontrado em uma mata após levar uma pancada na cabeça, em dezembro do ano passado. O suspeito morreu em um confronto com a Polícia Militar.
De acordo com o delegado Douglas Pedrosa, titular da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH) e responsável pela apuração da morte de Naiara, há indícios de que ele seja o autor do crime. Ele revelou que vai comparar material genético encontrado embaixo das unhas da jovem com o do suspeito.
“A gente não descarta essa possibilidade. A gente não trabalha com achismo, mas sim com probabilidades. Temos grande probabilidade dele ter praticado outros homicídios. Inclusive, tendo possibilidades reais dele ter participado também da morte da Naiara”, destaca.
Além da semelhança entre o tipo de local onde as vítimas foram encontradas e como elas foram mortas, o delegado salientou outro ponto que pode ligar o vendedor ambulante à morte da costureira, que é a área onde ela foi localizada.
“O Luis Carlos tem um irmão, que por sua vez, já teve uma chácara bem próxima do local onde o corpo da Naiara foi encontrado. A gente trabalhou com a possibilidade do agressor dela conhecer muito bem a região dos fatos, afinal, é um lugar ermo e de difícil acesso. Uma pessoa de fora não poderia saber daquele local. É outro indício de que ele pode ter alguma participação nesse delito”, detalha.
Casos parecidos
O corpo de Naiara foi encontrado no dia 19 de dezembro do ano passado, já em estado de decomposição, em uma mata do Setor Estrela Dalva, vizinho do Recanto do Bosque, onde morava, em Goiânia. A família reconheceu a vítima pelas roupas e características físicas.
Uma pessoa que passava pelo local viu o cadáver e acionou a Polícia Militar. A jovem sumiu na manhã do dia 15 de dezembro, após sair a pé para o trabalho, a quatro quadras de casa. O último contato foi feito com o namorado, via mensagem de celular.
Já Ana Clara foi localizada em uma mata de Santo Antônio de Goiás, na Região Metropolitana da capital. No local, que fica a cerca de 10 quilômetros de onde a criança sumiu, os policiais também acharam um VW Gol prata, que pertence ao vendedor ambulante. A perícia no veículo, que durou cerca de uma hora, encontrou um pacote contendo um composto químico ácido, não especificado, e um vidro de álcool.
A provável causa da morte da menina, segundo o IML, foi traumatismo craniano. Conforme o diretor órgão, Marco Egberto, pela situação em que o corpo foi localizado, a suspeita é que ela tenha morrido na sexta-feira (17), dia em que desapareceu. “Provavelmente, foi uma pancada na cabeça, mas o médico ainda vai estudar as lesões”.(Fonte:G1/GO)