Concessionária de Energia e engenheiro foram indiciados por crime ambiental pela Polícia Civil. Incêndio destruiu 14 fazendas, causou a morte de um vaqueiro e matou mais de 1 mil animais na região norte do estado.
Polícia Civil concluiu nesta semana o inquérito sobre o incêndio em Carmolândia, em setembro de 2017. A Energisa, distribuidora de energia do Tocantins, e um engenheiro da empresa foram indiciados por crime ambiental. Na época, o fogo destruiu 14 fazendas, causou a morte de um vaqueiro e matou mais de mil animais.
A empresa foi questionada pelo G1 sobre os indiciamentos e deve se posicionar ainda neste sábado (7).
A Energisa também foi considerada culpada pelo incêndio, em janeiro de 2018, por um laudo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Inclusive, uma multa de R$ 41,5 milhões chegou a ser estipulada.
Conforme o delegado responsável pelas investigações, Rérisson Macêdo, após depoimentos e laudos periciais foi concluído que o rompimento de um cabo de energia, provocado pelo atrito com uma árvore, causou dois focos de incêndio na região de Carmolândia.
Um dos incêndios foi no local do rompimento do cabo e o outro na chave de segurança de uma estação de energia. Ainda conforme a investigação, os dois focos foram apagados por funcionários de fazendas.
Porém dias depois, conforme aludo pericial, um novo foco surgiu na mesma região e a causa provável foi a “reignição do segundo foco, com o auxílio da temperatura ambiente provocada pelo sol escaldante, ventos fortes e redemoinhos naquela região”, explicou o delegado.
Este terceiro foco de incêndio permaneceu incontrolável por vários dias, destruindo fazendas e causando a morte do vaqueiro Carlos Alberto da Silva que trabalhou no combate às chamas.
A Energisa e o engenheiro responsável pela manutenção e poda das árvores foram indiciados por crime ambiental de forma culposa. Eles teriam agido de forma negligente, em especial quanto à poda das árvores na região do rompimento do cabo de energia.
Sobre a morte do vaqueiro Carlos Alberto, as investigações estão a cargo da Delegacia de Araguanã. Mas conforme o relatório da Polícia Civil sobre o incêndio, o crime ocorreu de forma culposa.
“O incêndio, considerado de largas proporções, causou danos irreparáveis à fauna e flora daquela região, com destruição de áreas de preservação permanente e mortes de vários animais silvestres e exóticos, bem como, de muitos outros animais domésticos e semoventes. Também houve muitos prejuízos de ordem material com pastagens e cercas, nas propriedades rurais atingidas. Assim como a morte de uma pessoa”, pontuou o delegado.
A investigação da Polícia Civil teve apoio de equipes da perícia, Ibama, Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e Corpo de Bombeiros. O inquérito foi enviado ao Ministério Público que decide se vai oferecer denúncia à Justiça.
G1 Tocantins.