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Pistola usada para matar cinegrafista é de uso restrito da PF e das Forças Armadas

Elvis Greener Rosendo, de 25 anos, foi assassinado em frente à casa da namorada, em Anápolis. Jovem trabalhou em um programa policial de TV.

Polícia Civil informou que os tiros que atingiram o cinegrafista Elvis Greener Rosendo, de 25 anos, saíram de uma pistola calibre 9 milímetros que é de uso exclusivo das Forças Armadas e da Polícia Federal. O jovem foi executado na porta da casa da namorada dele, em Anápolis, a 55 km de Goiânia.

“Essa pistola tem sido utilizada de vez em quando homicídios. É realmente uma arma de um impacto muito grande, tanto que existe esta restrição por conta do uso dela pelas forças policiais. O porte e a posse dela por civis são proibidos”, disse à TV Anhanguera o delegado responsável pelo caso, Renato Rodrigues.

A polícia informou ainda que, aparentemente, foi usado um “kit rajada” na arma, que permite que ela dispare muito mais tiros. “Com esse material, a pistola funciona como uma pequena metralhadora. Ao invés de dar tiros de um em um, dependendo do kit, é possível disparar até 100 tiros”, esclareceu.

O crime aconteceu por volta das 22h da última quinta-feira (27), na Rua Floriano Peixoto. De acordo com a Polícia Civil, o jovem estava dentro do carro quando um veículo se aproximou, e o ocupante atirou. Os policiais apreenderam o carro e o celular de Elvis para serem periciados.

Cerca de uma hora após o cinegrafista ser assassinado, o pit-dog do ex-chefe dele foi atingido por diversos tiros. Eles trabalharam juntos no programa de TV policial “190 Urgente”. A Polícia Civil apura se a morte do jovem e o atentado têm ligação.

 Motivação

Conforme a Polícia Civil, Elvis tinha passagem por posse de arma de fogo e era investigado por sequestro, cárcere privado, extorsão e tráfico de drogas. A corporação apura se os eventos recentes têm alguma ligação com os crimes dos quais o cinegrafista era suspeito ou com a profissão dele.

Amigo de infância do cinegrafista, o engenheiro civil Márcio Alves de Oliveira Filho, de 24 anos, disse que Elvis comprou uma arma há cerca de três anos, quando ainda trabalhava no programa policial, por ter medo de ser abordado por algum criminoso filmado por ele. No entanto, o engenheiro diz desconhecer qualquer envolvimento do cinegrafista com os crimes investigados pela polícia.

“Pode ser que outras pessoas ligadas a ele, de alguma forma, tenham feito isso [cometido crimes], mas, por parte dele, eu não sei. Não tinha contato com a vida profissional dele, só sei o que ele me contava, que tinha muito contato com policial e que tinha que lidar com bandidos”, afirmou.

Ainda conforme o amigo, o cinegrafista estava atuando com árbitro de futebol e cursava direito em uma faculdade da cidade. Segundo Márcio, Elvis não tinha mais contato com as pessoas com quem convivia na época em que era cinegrafista do programa policial.

“Ele estava correndo atrás do que ele gostava, mexendo com esporte, estudando, estava muito caseiro ultimamente. Há quase dois anos estava namorando, não tinha contato mais com a parte policial. Ele estava muito bem, muito feliz. A gente fica sem entender porque isso aconteceu”, lamentou.

A Polícia Civil deve ouvir testemunhas e ainda analisa imagens de câmeras de segurança do local, que não foram divulgadas. A corporação ainda não sabe quantas pessoas estão envolvidas no crime.

G1/GO

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