Estão sendo cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Goiânia (GO) e Santos (SP), todos expedidos pela Vara de Gurupi
Um grupo suspeito de extrair cerca de 300 kg de ouro puro em aldeias indígenas e unidades de conservação está sendo alvo da Polícia Federal.
A operação, realizada na manhã desta terça-feira (28), tem o objetivo de cumprir cinco mandados de busca e apreensão para investigar as ações ilegais da organização criminosa.
Segundo a PF, eles são suspeitos de fazer a extração, lavagem e venda de ouro extraído de forma ilegal. As investigações apontam que o grupo conseguiu movimentar cerca de R$ 130 milhões através de lavagem do ouro.
A operação recebeu o nome de Kukuanaland. São cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Goiânia (GO) e Santos (SP), todos expedidos pela Vara Única da Subseção Judiciária de Gurupi/TO.
“Os mandados de busca e apreensão cumpridos nesta data em Goiânia e Santos visam identificar a origem do ouro retirado ilegalmente da região Amazônica, provavelmente em reservas indígenas e garimpos ilegais. O ouro era exportado e vendido para empresas no Brasil. Tentaremos identificar agora todos os envolvidos no esquema criminoso”, explicou o delegado Omar Peplow, responsável pelas investigações.
As investigações revelaram que na posse de uma Permissão de Lavra Garimpeira (PLG), localizada em Natividade, sudeste do Tocantins, os suspeitos emitiam notas fiscais ideologicamente falsas da venda do ouro, acobertando assim a extração em terras indígenas e de garimpos ilegais em outros estados, viabilizando a venda a instituições financeiras e exportadoras.
De acordo com a polícia, ficou provado que na PLG não houve a lavra da quantidade de ouro declarada.
Os objetos que forem apreendidos durante a operação serão analisados visando a identificação de todas as pessoas que praticam a extração e o comércio ilegal de ouro.
O trabalho se concentrará na identificação de todos os envolvidos e na recuperação do prejuízo sofrido pelos cofres públicos.
Os envolvidos poderão responder pelos seguintes crimes: Art. 2º, que trata sobre crime contra a ordem econômica/usurpação, da Lei no 8.176/1991; Artigo 55, que trata sobre a pesquisa/lavra/extração de recursos minerais sem autorização/permissão/concessão ou licença, da Lei no 9.605/1998; Art.
1º sobre lavagem de capital, da Lei nº 9.613/1998; Artigo 299 sobre falsidade ideológica, do Código Penal; e o Artigo 2º que trata sobre organização criminosa, da Lei no 12.850/2013, cujas penas somadas podem chegar a 29 anos de reclusão.
O nome da operação Kukuanaland faz alusão às terras do povo Kukuana do livro ‘As Minas do Rei Salomão’, onde foi encontrado o caminho para as minas do Rei e também fazendo referência às minas investigadas na ação.
g1 Tocantins.