Ação conjunta do MP-GO com a Corregedoria da Polícia Militar cumpre ainda 11 mandados de busca e apreensão. Pedro Henrique Rodrigues, 22, desapareceu em agosto deste ano.
Uma ação conjunta do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) com a Corregedoria da Polícia Militar (PM) prendeu, nesta quarta-feira (7), nove policiais suspeitos de torturar, matar e esconder o corpo de Pedro Henrique Rodrigues, de 22 anos, em Goiânia. O jovem desapareceu após uma abordagem dentro da casa da família, presenciada pela mulher dele.
Em nota, a assessoria de comunicação da PM informou que “toda a ação foi coordenada pela corporação em conjunto com o Ministério Público de Goiás” e que “após a devida condução ao MPGO, foram encaminhados ao Presídio Militar, ficando a disposição do poder Judiciário”.
Os alvos da operação são sete soldados e dois tenentes da PM, que não tiveram suas identidades divulgadas. O site entrou em contato com a assessoria de comunicação da corporação, por email e telefone, às 9h20 desta quarta-feira, e aguarda um posicionamento em relação ao caso.
A Operação, denominada “Pacto de Silêncio”, foi deflagrada na madrugada desta quarta-feira. Foram cumpridos nove mandados de prisão temporária. Além das prisões, a força-tarefa também cumpre 11 mandados de busca e apreensão.
Pedro Henrique desapareceu no dia 15 de agosto deste ano. A esposa de Pedro Henrique, Islla Tamires Tavares de Melo, contou, na época do fato, que os policiais adentraram à casa da família com a justificativa de que ele teria roubado um carro dias antes, procurando uma suposta arma usada no crime, mas não encontraram nenhum objeto.
Ela revelou que dormia com o marido quando a casa foi invadida pelos policiais que, segundo ela, torturaram Pedro Henrique e o colocaram desmaiado dentro do carro da corporação. Segundo ela, as agressões duraram cerca de 30 minutos e, após o jovem desmaiar, os policiais teriam colocado dentro do carro da PM, afirmando que o levariam para receber atendimento médico.
“A gente estava dormindo, quando eu abri a porta do quarto eles [policiais] já estavam aqui dentro. Eles viram que não tinha nada, eu implorei, e eles pediram que a gente se retirasse lá para fora. Aqui [no quintal], eles levaram nós dois para sermos encostados na parede.”
“Pegaram meu balde de roupa suja, encheram de água e enfiavam a cabeça dele dentro e dava choque nele. Aí subiam em cima das duas pernas dele, pulavam em cima da cabeça dele”, contou.
A mulher contou, na época do fato, que Pedro Henrique foi preso em 2017 suspeito de tráfico de drogas, mas respondia ao processo em liberdade.
Câmeras de segurança
As câmeras de segurança de uma casa vizinha à da família registram a movimentação na calçada. Imagens mostram dois policiais conversando com o vizinho, um dia após o desaparecimento. Segundo a família, os PMs foram ao local em busca das imagens do dia em que Pedro teria sido levado pelos membros da corporação.
G1 Tocantins.