Nos tempos atuais a onça-pintada concentra-se apenas em algumas regiões do Brasil.
Em muitos aspectos, o Brasil é um país privilegiado. Por toda a sua extensão, encontram-se biomas que são representações fidedignas da diversidade geológica e climática do nosso território, que acabam depois se refletindo em nossa formação social e cultural.
É algo que vem conosco desde os primeiros povos que ocupavam nossa terra, incluindo as várias tribos indígenas – algumas delas que ainda fazem parte do território do Tocantins – cuja formação e evolução de consciente coletivo está estritamente conectada com as matas que encobriam boa parte do território nacional. E na caatinga, onde existem registros de povos pré-históricos em alguns dos maiores sítios geológicos da América Latina, percebe-se o mesmo nos desenhos rupestres que datam de dezenas de milhares de anos.
Nesse processo, a interação de nossos antepassados com fauna e flora também afeta o legado passado adiante por esses ancestrais para seus descendentes. Isso inclui o fascínio (acompanhado pelo medo) com alguns dos grandes animais das nossas florestas, o que inclui a onça-pintada e a onça-parda.
Ambos os felinos são duas das maiores espécies da família nas Américas. E ambos têm o Tocantins como parte de um território que era bem vasto, mas que vem diminuindo por conta das ações humanas que tem reduzido o espaço para que essas espécies possam sobreviver da mesma maneira que os seus antepassados.
A onça-pintada é o terceiro maior felino do mundo, atrás apenas do tigre asiático e do leão africano. Fora do Brasil, a espécie é mais conhecida como “jaguar” – nome derivado da denominação em tupi-guarani, “ya’wara”, que é usada para denominar qualquer fera que aterrorizava as antigas tribos indígenas do país.
Sua extensão territorial original ia do sul da América do Norte, incluindo o estado do Arizona – onde acredita-se ter ainda alguns espécimes – até a região central da Argentina, percorrendo assim toda a América Central e quase toda a América do Sul. Entretanto, em tempos atuais a onça-pintada concentra-se apenas em algumas regiões do Brasil e do resto das Américas com mata ainda nativa, o que tem ficado cada vez mais raro de se achar devido ao avanço do homem em esforços de urbanização, e também de expansão da fronteira agrícola.
Já a onça-parda pertence ao gênero puma, e é o segundo maior felino do território americano como um todo. Entre os índios, a espécie era chamada de “syuasuarána” – o que gerou um dos seus nomes mais conhecidos, “suçuarana”, que significa “semelhante a veado”.
O território ocupado pela onça-parda ainda é bem vasto, mas também se encontra em diminuição acelerada e constante por conta da ação humana. Antigamente a espécie poderia ser achada desde o sul do Canadá até a ponta sul da América do Sul, já na Patagônia argentina e chilena. Mas mesmo sendo um animal com grande capacidade de adaptação a diferentes climas e ecossistemas, a mesma já foi quase extinta ou altamente ameaçada de entrar em extinção em algumas regiões dos continentes, incluindo Uruguai e partes da Argentina onde o processo de urbanização gerou grandes cidades como Buenos Aires.
Já o animal que é às vezes chamado de pantera ou onça-preta, por sua coloração muito escura ou até mesmo completamente preta, trata-se de um animal do gênero das onças em questão – chamado coincidentemente de “panthera”, no latim – com alto grau de melanina em sua pelagem. Lá fora associa-se a pantera ao leopardo africano.
E estes animais, por conta de sua presença perene nas lendas dos nossos ancestrais e também em algumas histórias recentes, fazem parte da nossa cultura até hoje. O herói Pantera Negra, interpretado recentemente nas telas de cinema pelo falecido ator Chadwick Boseman, tem suas habilidades e seu nome inspirados no leopardo da África. Os grandes felinos do mundo são as estrelas do jogo de slots Cats, disponível de graça na Casinos.pt, e desenvolvido por uma das grandes empresas do ramo de cassinos, a IGT. O clássico filme da Disney, Rei Leão, acompanha a vida de Simba em sua transformação desde um príncipe herdeiro das selvas africanas, até tornar-se um rei do continente de fato. E a onça-pintada permeia a cultura brasileira, fazendo parte de novelas como Pantanal e de livros como Jaguaretê, com uma série de imagens do grande felino desde 1979 até 2017.
A evolução no âmbito de conscientização quanto a proteção ambiental é um avanço muito bem vindo, principalmente no cerne de impedir que espécies ameaçadas de extinção – caso da onça-pintada – entrem na triste categoria de animais que já não pertencem mais à natureza por conta da combinação de problemas locais e globais que lhe removeram os meios de viver. Entretanto, a conscientização não é o bastante.
É preciso haver mais esforços não só para salvar as espécies em questão de forma direta, mas também agindo para impedir que eventos como as queimadas no seu habitat, que tem sido ocorrência comum no Tocantins em períodos secos, tomem forma. É um esforço de prevenção que exige planejamento e recursos públicos bem direcionados, sem os quais poucas coisas podem avançar em sentido positivo.
A importância da proteção das espécies nativas do Tocantins e do resto do Brasil, em práticas que vão além da captura em cativeiro, é não só a manutenção do equilíbrio ecológico necessário para a sobrevivência da natureza no estado. É também uma questão de proteger um legado cultural, que corre o risco de ser perdido com a extinção das espécies que criaram algumas das grandes lendas dos vários povos que habitaram nosso território.
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AF Notícias.