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No rádio, Carlesse diz que Wanderlei não continuou seu projeto de governo e que seu afastamento foi “um golpe contra o Estado”

” projetos foram totalmente desvirtuados, desviado daquela finalidade.”

O ex-governador Mauro Carlesse (Agir) afirmou à rádio Conexão 98.1 FM, na noite dessa terça-feira, 3, que seu sucessor e ex-vice, o atual governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), não deu continuidade a seu projeto para o Estado. “Até a data do meu afastamento, eu entendi que o governador atual ia dar continuidade neste trabalho e não foi feito isso”, reclamou.

Adversários no Palácio

Segundo ele, na verdade, a partir do momento em que deixou o governo, em 20 de outubro, “os nossos adversários, que perderam as eleições para nós, entraram no Palácio”. “A partir daí, os projetos foram totalmente desvirtuados, desviado daquela finalidade”, argumentou Carlesse. “Eu entendo isso como traição, não para o Carlesse, mas para o povo do Estado”, chegou a dizer ao final da entrevista.

R$ 1,8 bilhão em caixa

O ex-gestor garantiu ter deixado R$ 1,8 bilhão em caixa, depois de ter pegado o Estado em 2018, conforme disse, “sem um real”. “O suficiente para cumprir todas as obrigações e continuar os projetos que já estavam iniciados, Escola de Tempo Integral de Palmas, o Hospital de Gurupi, o Hospital de Araguaína, estradas em diversas regiões, como o Trevo da Praia, a Barreira da Cruz, e assim por diante. São muitos projetos”, enumerou. Para Carlesse, Wanderlei “mudou o direcionamento de um grande projeto, o que não tinha necessidade”. “Era só continuar aquele grande projeto, que é fundamental e importante para o Estado”, defendeu.

Ele disse que via, até seu afastamento, Wanderlei como amigo e “um vice-governador de uma simplicidade muito grande”. Apesar de o atual governador reclamar do isolamento em que foi colocado na gestão do antecessor, Carlesse garantiu que dispensava um tratamento respeitoso a seu vice.

Mudou em 24h

O ex-governador afirmou que não sabe se Wanderlei já planejava mudar de lado durante a gestão que acabou em outubro. “O motivo, se ele mudou de lado, se estava planejando, eu não tenho esse conhecimento. A partir do momento em que eu fui afastado para me defender, imediatamente eu senti que mudou em 24 horas. Mudou porque já entrou a senadora [Kátia Abreu] para dentro, Vicentinho [Jr, deputado federal] para dentro, todas as pessoas que eram adversárias nossas entrou para dentro do Palácio. Aí eu senti que a coisa tinha tomado outro caminho”, constatou.

Destruição do Estado

Carlesse criticou a política implantada pelo novo governo. “O que vocês vão ver e estão vendo é a destruição do Estado. Essa é a pura realidade. O governo do Estado se juntou com os adversários que não querem que as coisas andem e o Tocantins está caminhando para o abismo. Pagaram emendas que era impossível de serem pagas, de 2015 e 2014. É só as autoridades puxarem o que estão fazendo dentro deste Estado. Porque não tem administração”, disse.

20 mil comissionados e contratados

À pergunta sobre um possível aumento do gasto de folha, que poderia chegar neste primeiro quadrimestre a 47% das Receitas Correntes Líquidas, contra pouco mais de 40% no último quadrimestre do ano passado, Carlesse avaliou que o Estado “não comporta isso”. O mais grave, segundo ele, é que, depois de seu governo ter exonerado 16 mil contratados e comissionados, a gestão de Wanderlei já teria colocado no Estado 20 mil servidores. “Não está ajudando os servidores, está tirando dos servidores, simplesmente para fazer política”, criticou. “Passando as eleições, quem for eleito terá que tirar essas pessoas porque o Estado não comporta esse peso, gastando 47%, e vai para mais de 50% se permanecer [contratando].”

Carlesse também condenou os pagamentos dos passivos do funcionalismo na forma como estão sendo feitos. “Na nossa gestão, iriam receber de uma forma planejada, dividido em dez anos, uma dívida de R$ 2 bilhões, aproximadamente”, comparou.

CT.

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