Segundo vítima, ele ainda tentou pôr cola em suas partes íntimas, em Goiás
Diarista diz que já foi agredida com espinho de pequi; suspeito nega crime
A ex-mulher do homem preso suspeito de tortura-lá e até de tentar pôr cola instantânea em suas partes íntimas disse que temeu pela própria vida durante as agressões. Ainda com marcas pelo corpo mesmo 12 dias após o fato, a diarista de 31 anos, que prefere não se identificar, disse que o homem, de 37, agiu por “pura crueldade” e só cessou o ataque quando a filha do casal, de 4 anos, acordou e presenciou a situação. O caso ocorreu em Guapó, Região Metropolitana de Goiânia.Preso nesta quarta-feira (27), o pedreiro negou as acusações.
“Ele quase me matou. Foi uma cena de terror. Me deu socos, tentou me sufocar com refrigerante e me enforcar com as mãos e com uma corda, além de tentar colar minhas partes íntimas. Só quando minha filha, que ele não maltrata, acordou e viu, foi que ele parou. Ele não queria só me matar, também queria me fazer sofrer”, disse ao G1.
O caso ocorreu no último dia 15 de julho. No entanto, ela diz que já havia sido vítima da violência do ex-marido por várias outras vezes. Escondida na casa de um amigo, a diarista revela que o suspeito chegava a inventar formas diferentes de agredi-la.
“Uma vez ele pegou um caroço de pequi e deixou secar no sol para que os espinhos saíssem. Depois pegou e passou nas minhas pernas e na minha barriga para me machucar. Ele é frio e tinha muito ciúme. Já tinha denunciado as outras vezes e denunciei de novo. Fiz minha parte e agora espero que a Justiça faça a dela”, afirma.
Mesmo passadas quase duas semanas, a mulher ainda esta com olho direito bastante vermelho e com um hematoma logo abaixo dele. Ela afirma que lacrimeja sangue em alguns momentos. Já no pescoço, braços e costas há cicatrizes das agressões.
Além da garota – única filha do casal -, a mulher tem outros dois filhos, de 10 e 6 anos, de um relacionamento anterior. Ela revela que algumas vezes apanhou calada para não acordar as crianças, que moram com ela.
“Já apanhei em silêncio para que meus filhos não ouvissem. Ele sempre me batia a noite. Eu ficava caladinha, pois tinha vergonha. Agora, com ele preso, espero viver em paz com meus filhos e reaproximar da minha família”, afirma.
Pijama com cola
No dia seguinte ao crime, a mulher procurou a delegacia para registrar a ocorrência. Segundo o delegado Arthur Fleury, responsável pelo caso, o pijama que ela utilizava foi recolhido e pode ser usado como prova do crime.
“É possível ver a cola seca no tecido. Isso é uma prova cabal do crime. Ela disse que a substância caiu nas partes íntimas dela, mas ela conseguir arrancar a roupa e retirar, não provocando grande lesão”, afirma Fleury.
A peça será encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para ser periciada. A mulher já passou por exames no local.
Depois do crime, o suspeito fugiu. Porém, no último dia 25, segundo a polícia, ele foi até a casa de uma amiga da ex, onde ela estava escondida, e tentou invadir a residência.
No entanto, ele não conseguiu fugiu novamente. Após ser monitorado pela polícia, o homem foi preso em flagrante por ameaça e invasão de domicílio. Ele vai responder ainda por tortura. Somadas, as penas podem chegar a 9 anos.
Na delegacia, o homem alegou que é inocente e que disse que apenas se defendeu. “Ela saiu correndo atrás de mim pela rua e tentou me agredir com uma faca. Eu só a empurrei e ela caiu com a cara no chão, o que provocou os machucados”, alegou.
Fonte:g1/go