Familiares disseram que o processo de doação de órgãos de Luís Felipe Ribeiro foi iniciado, e ainda não há informações sobre velório e enterro. Dono da arma, padrinho da vítima, pode ser responsabilizado.
O menino de 7 anos baleado na cabeça enquanto brincava com uma arma em Carmo do Rio Verde, região central de Goiás, foi diagnosticado com morte cerebral, na segunda-feira (12), no Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol), em Goiânia. Segundo informaram familiares à TV Anhanguera, o processo de doação de órgãos de Luís Felipe Ribeiro foi iniciado, e ainda não há informações sobre velório e enterro.
O site entrou em contato com o Hugol, por email e telefone, às 8h30 desta terça-feira (13), para saber se o processo de doação de órgãos já está sendo feito, e aguarda um posicionamento da unidade de saúde.
Segundo o delegado Matheus Costa Melo, a morte da criança pode aumentar a responsabilidade sobre o dono da arma, que é um padrinho de Luís Felipe, que, conforme disse o investigador, havia deixado a arma dentro de um quarto da chácara da família.
“Estamos acompanhando este caso de perto. Com o falecimento da criança, o dono da arma poderá responder por um eventual por homicídio culposo, além de omissão de cautela e posse irregular de fogo, já que não havia registro. Já foram ouvidos o dono da arma, a esposa e agora. Com a morte do menino, vamos esperar passar o luto da família para dar prosseguimento às investigações”, afirmou ao site.
O advogado do padrinho do menino, dono da arma, Gean River, disse ao site nesta terça-feira que o posicionamento da defesa do homem permanece o mesmo dado em entrevista ao portal na segunda-feira, em queafirmou que o cliente está “abalado com a situação” e admitiu ter sido imprudente ao deixar a arma no local.
O menino ficou ferido na noite de sábado (10), na chácara da família, em Carmo do Rio Verde. Segundo a Polícia Civil, o garoto foi atingido na cabeça enquanto brincava com outras duas crianças, de 10 e 2 anos, com a arma do padrinho, que trabalhava na propriedade. A vítima foi socorrida, levada para Ceres e, depois, para o Hugol, em Goiânia, onde teve morte cerebral, segundo a família.
De acordo com o delegado, ocorreria a festa de aniversário do dono da arma no local, naquele dia. Porém, quando o menino se feriu, não havia nenhum adulto por perto.
“O que a gente apurou até agora é que havia três crianças brincando em um quarto velho nos fundos da chácara. A arma, uma espingarda, ficava sobre a mesa. As crianças estavam brincando com a arma e, ainda não sabemos como, um deles levou o tiro”, disse o delegado.
Os outros dois meninos são netos do dono da arma, que, no momento do disparo, havia saído justamente para buscar seu compadre e a esposa, pais do menino ferido.
Menino foi baleado ao brincar com arma em chácara de Carmo do Rio Verde, Goiás — Foto: Wildes Barbosa
O que diz o dono da arma
O advogado Gean River, que representa do dono da arma, disse que seu cliente está bastante abalado com a situação, pois era muito próxima da família do garoto.
“O pai do garoto, eles tinham uma relação muito próxima. Eles foram para o local para comemorar o aniversário dele. O pai levou a criança e deixou lá. A mãe da criança ganhou neném a pouco tempo e não queria ir de moto. Então ele foi até a cidade buscar a esposa do compadre e a criança. Ao chegar na propriedade, ele deparou com o ocorrido”, afirma ao site.
Ainda conforme o defensor, o padrinho da criança foi quem prestou os primeiros socorros e levou o menino até o hospital. Ela admite que foi imprudente ao deixar a arma no local.
“A arma foi dada por um amigo já falecido. Ela estava toda desmanchada, ele trouxe e arrumou. Na casa dele não tem criança. Ele deixava em cima da mesa. É claro que falou um pouco de cuidado, isso ele reconhece”, pondera.
G1 Tocantins.