Dois crimes sequer tiveram as investigações concluídas pela Polícia Civil. Projeto acompanha crimes registrados durante uma semana do mês de agosto de 2017.
Apenas um dos nove homicídios registrados no Tocantins pelo Monitor da Violência, em 2017, teve o acusado julgado e condenado pela Justiça. Quatro casos aguardam julgamento e em dois as investigações sequer foram concluídas pela Polícia Civil.
O Monitor da Violência é resultado de uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP e com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Neste projeto, estão todos os casos de homicídio, latrocínio, feminicídio, morte por intervenção policial e suicídios ocorridos de 21 a 27 de agosto de 2017 no Brasil. São 1.195 mortes registradas – uma média de uma a cada oito minutos.
Em todo o país, apenas 2% dos casos tiveram condenação dos autores e menos da metade os crimes teve o autor identificado.
Relembre cada caso:
- O jovem Tiago Bernardes da Silva Ferreira Pinto, 23 anos, foi assassinado com sete tiros em Araguaína, norte do Tocantins. Segundo a Polícia Militar, os suspeitos são dois homens que chegaram à casa da vítima e fizeram os disparos. Um dos autores foi identificado e denunciado pelo Ministério Público Estadual. Ele ainda aguarda julgamento em júri popular.
- Fredson Júnior Almeida Soares, de 19 anos, foi assassinado em Araguaína, por dois homens que foram até a casa dele e o acusaram de furtar um aparelho de som. Os suspeitos chegaram a pé e atiraram quatro vezes contra a vítima. Dois suspeitos foram presos preventivamente, suspeitos de envolvimento no crime. Um deles continua preso, foi denunciado e deve ir a júri popular.
- O lavrador Manoel Claro da Silva, de 78 anos, foi assassinado com um tiro de arma de fogo no quintal da própria casa em Araguatins, norte do Tocantins. Dois homens foram vistos pela companheira da vítima saindo de um carro, entrando na casa e atirando nele. Dois suspeitos foram identificados e presos temporariamente. Eles foram denunciados pelo Ministério Público e aguardam audiência de instrução e julgamento. Apenas um deles continua preso.
- O carvoeiro Gilberto Alves de Oliveira de 54 anos foi assassinado a tiros em uma fazenda no município de Crixás do Tocantins, sul do estado, durante uma discussão em um bar. O suspeito estava alcoolizado e disparou um tiro na nuca da vítima. O suspeito, Ronaldo Tavares de Sousa foi preso em flagrante. Este é o único caso em que o acusado já foi condenado e cumpre pena pelo crime.
- O mecânico autônomo Ilderson Pereira Barreira, 24 anos, morreu depois de ser atingido por um tiro na cabeça no setor Piaçava, em Guaraí, na região central do estado. O caso ainda não chegou ao Ministério Público, pois a polícia não concluiu o inquérito devido à falta de indícios de quem seja o autor do crime.
- Trincy Mendonça de Jesus, de 38 anos, foi assassinado com uma facada em Miranorte, região central do Tocantins. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o crime aconteceu na casa onde ele morava com a mulher, a principal suspeita do homicídio. A suspeita foi denunciada pelo Ministério Público, mas ainda não foi julgada e está em liberdade.
- O auxiliar administrativo Carlos Daniel Leal, de 22 anos, foi executado na porta de casa na região norte de Palmas. Os suspeitos estavam em um carro e atiraram contra a vítima. Os autores fugiram no carro e ainda não foram capturados. O caso ainda não chegou ao Ministério Público, pois a polícia ainda não concluiu o inquérito.
- O aposentado Izídio Pires da Conceição, de 66 anos, foi encontrado morto dentro da própria casa em Paraíso do Tocantins. De acordo com a Polícia Militar (PM), havia marcas de pancadas na cabeça dele que podem ter sido causadas por pauladas. O suspeito do crime foi denunciado ainda em outubro de 2017 pelo Ministério Público. Não houve júri ainda porque o réu não foi localizado para ser citado.
- Uma briga em um bar terminou com um jovem de 26 anos morto em Tocantinópolis, no extremo norte do Tocantins. Allem Pereira Rodrigues foi esfaqueado por dois após uma discussão. Os dois suspeitos do crime foram identificados e presos. O Ministério Público ofereceu denúncia em setembro de 2017, mas os réus encontram-se em liberdade e não há data para o julgamento.
G1 Tocantins.