Segundo PF, mandado de internação foi cumprindo na Operação Hashtag
Adolescente, de 17 anos, participava de grupo investigado, diz corporação
Um adolescente de 17 anos foi apreendido nesta sexta-feira (29), em Morrinhos, sul de Goiás, durante investigação da Operação Hashtag, que apura a ligação de brasileiros com o terrorismo. Segundo a Polícia Federal, a ação foi realizada em conjunto com a Polícia Civil em cumprimento a um mandado de internação.
Ainda conforme a PF, foi verificado que o adolescente participava do grupo investigado na operação. O caso foi notificado às autoridades de Goiás, que realizaram a apreensão.
O mandado de internação foi expedido pelo Juizado da Infância e Juventude de Goiás, que determinou que o suspeito fosse levado para um centro de internação, cujo nome não foi revelado.
O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Operação Hashtag
Em dia 21 de julho, a Polícia Federal deflagrou a “Operação Hashtag”, que prendeu 12 pessoas suspeitas de terrorismo em 8 estados.
No primeiro dia da operação foram compridos 10 mandados de prisão em 7 estados. As demais prisões ocorreram em Mato Grosso: no dia 22, o penúltimo foragido se entregou à PF na cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade; no dia 24, o último suspeito foi localizado pela Polícia Militar de MT em Comodoro.
Na ocasição, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse em entrevista coletiva que os investigados na operação não tiveram contato com membros do Estado Islâmico e que se trata de uma “célula absolutamente amadora”, porque não tinha “nenhum preparo”.
“Mas obviamente que não podemos – nenhuma força de segurança – ignorar isso. […] Só o fato de começarem atos preparatórios, não seria de bom senso aguardar para ver, e o melhor era decretar a prisão deles”, afirmou o ministro.
Moraes disse que o grupo mencionava a intenção de comprar um fuzil AK-47 em uma loja clandestina no Paraguai.
Segundo Moraes, os investigados na operação nunca tinham se encontrado pessoalmente e eram monitorados há meses pela polícia. Eles costumavam se comunicar pela internet, por meio dos aplicativos de mensagem instantânea WhatsApp e Telegram.
Os suspeitos presos vinham sendo monitorados pela PF há alguns meses e foram presos porque passaram dos comentários em redes sociais e mensagens de texto para “atos preparatórios” de atentados terroristas.
“Várias mensagens mostram a degradação dessas pessoas, comemorando o atentado em Orlando e em Nice, comentando o atentado anterior que ocorreu na França, postando e circulando entre eles as execuções que foram relizadas pelo Estado Islâmico”, acrescentou Moraes.
“A partir do momento em que saíram daquilo que é quase uma apologia ao terrorismo para atos preparatórios, foi feita prontamente a ação do governo federal”, disse o ministro na ocasião.(fonte:g1/go)