Empresas são investigadas por compra de gado de áreas desmatadas.
Ação não está ligada à Operação ‘Carne Fraca’ da Polícia Federal.
Mais um frigorífico do Tocantins, o Cooperfrigu, desta vez em Gurupi, sul do estado, foi autuado durante a operação ‘Carne Fria’ do Ibama. O objetivo da ação é notificar empresas suspeitas de comprar gado de áreas que foram embargadas por desmatamento. A prática é ilegal e prevê multa. Um estabelecimento de Paraíso do Tocantins também foi autuado nesta terça-feira (21) pelo mesmo motivo.
Entre 2013 e 2016, a empresa teria comprado quase 400 bois de áreas desmatadas. O diretor comercial do frigorífico Tarcízio Goiabeira nega as acusações e disse que vai provar na Justiça que a empresa não comprou gado de forma ilegal.
Segundo o chefe substituto da Divisão Técnica do instituto, Sandoval Santos, os frigoríficos teriam comprado gado de áreas do Pará que estão irregulares. “Primeiro estas áreas foram embargadas por desmatamento. Elas deveriam se regularizar, o que não aconteceu. Depois, foram mais uma vez notificadas por descumprir o primeiro embargo”.
Empresários e fazendeiros do Pará, do Tocantins, Mato Grosso e de Goiás estariam envolvidos.
Assim que autuadas, as empresas têm 20 dias para apresentar defesa. Os estabelecimentos que compram ou transportam produtos de áreas embargadas ficam sujeitos às penalidades previstas no decreto 6.514. Neste caso, a multa é de R$ 500 por unidade de produto, ou por gado.
O Ibama ressaltou que a ação não está ligada à operação Carne Fraca da Polícia Federal deflagrada na última sexta-feira (17), que desmontou um esquema de funcionários do Ministério da Agricultura que teriam recebido propina para liberar carne para venda sem passar pela devida fiscalização.
O objetivo, segundo o instituto, é fiscalizar fazendas e empresas que compraram gado de áreas que foram desmatadas ilegalmente. A operação é realizada em parceria com o Ministério Público Federal, no Pará.
Paraíso do Tocantins
O frigorífico Plena Alimentos, localizado na BR-153, em Paraíso do Tocantins, central do estado, foi autuado nesta terça-feira (21). A empresa nega ter cometido as irregularidades. Segundo a direção, antes de comprar o gado, o frigorífico se certifica de que os animais têm origem legal.
“Consultamos o site do Ibama, deu nada consta e nós vamos comprovar na Justiça que fizemos a compra corretamente”, disse o gerente do local, João Beltrão.
O frigorífico está proibido de fazer novas compras, enquanto não regularizar a situação.
Segundo o ibama, a empresa também pode responder por crime ambiental e ter que pagar uma multa de mais de R$ 1 milhão.Fonte:g1/To.