Ao todo, 12 investigados foram liberados durante o final de semana. Além disso, três pessoas continuam foragidas, entre elas, dois vereadores da capital.
Mais quatro investigados da 2ª fase operação Jogo Limpo ganharam liberdade após prestar depoimento, entre eles o vereador Rogerio Freitas (MDB). De acordo com a Polícia Civil, os investigados foram liberados na noite deste domingo (5), após pedido de revogação da prisão temporária ser feito pela própria Delegacia Especializada na Repressão a Crimes de Maior Potencial contra a Administração Pública (Dracma). No sábado (4) outras oito pessoas tinham sido liberadas.
A 2ª fase da operação Jogo Limpo foi iniciada pela Polícia Civil do Tocantins na última sexta-feira (3). Segundo as investigações, um grupo criminoso desviou R$ 7 milhões da Fundação Municipal de Esporte e Lazer (Fundesportes) e da Secretaria de Governo e Relações Institucionais da capital. A verba seria destinada a projetos sociais, mas o dinheiro teria sido usado em campanhas eleitorais de 2014. Três vereadores tiveram a prisão decretada.
Ao todo, foram 26 mandados de prisão expedidos, sendo que 23 foram cumpridos. Entre os alvos estão o presidente da Câmara Municipal, José do Lago Folha (PSD), e o vereador Major Negreiros (PSB). Confira a defesa deles no final desta reportagem.
Foram liberados os seguintes investigados:
- Rogerio Freitas
- Waldson Pereira Salazar
- Pedro Neto Gomes Queiroz
- Neimar Tavares Magalhães
Outras 11 pesoas seguem presas temporariamente.
O esquema
O esquema envolve quatro núcleos compostos por servidores, políticos, empresas fantasmas e entidades. Segundo a decisão judicial, 10 entidades investigadas admitiram o uso de notas frias fornecidas por sete empresas fantasmas.
As notas seriam para justificar despesas e serviços não realizados. Depois, o dinheiro seria desviado para servidores e agentes políticos ou para terceiros indicados por eles.
A polícia informou nesta sexta-feira (3) que encontrou R$ 40 mil na conta do vereador Rogério Freitas oriundos de uma empresa fantasma utilizada no esquema.
Outro lado
A defesa do presidente da Câmara de Palmas, José do Lago Folha (PSD), disse que o vereador deve se apresentar nesta segunda-feira (6). O advogado informou que ainda busca ter acesso ao inquérito.
O chefe de gabinete do major Negreiros informou que o vereador está retornando para o país e deve chegar em Palmas até a próxima quarta-feira (8) para prestar os esclarecimentos necessários.
A Prefeitura de Palmas informou que está à disposição da Justiça e da investigação para contribuir com qualquer esclarecimento. O vereador Rogério Freitas disse em entrevista à TV Anhanguera que até o momento não foi acusado de nada e é inocente. O G1 ainda não conseguiu contato com a defesa dos demais citados na reportagem.
1ª fase da operação
A primeira fase da operação foi realizada em fevereiro deste ano contra uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro. O crime era praticado por meio de entidades sem fins lucrativos e empresas fantasmas, conforme as investigações. Ao todo, 10 federações e organizações não governamentais (ONG) podem estar envolvidas, além de quatro empresas.
Na época, os policiais cumpriram 24 mandados de prisão temporária e 33 mandados de busca e apreensão em Palmas e em mais quatro cidades do Tocantins: Paraíso do Tocantins, Nova Rosalândia, Paranã e Miracema.
G1 Tocantins.