PEC que equiparou direitos trabalhistas dos empregados domésticos completou seis anos. Contratação ficou mais difícil e muitos profissionais vivem na informalidade.
Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que dos quase 150 mil trabalhadores do Tocantins, 23% são empregados domésticos.
Destes, mais de 52 mil não tem carteira assinada. A pesquisa foi feita com dados do quarto trimestre de 2018.
“Com advento da legislação da PEC das domésticas, que equiparou o direito das domésticas a todos os outros trabalhadores, as vezes ficou mais pesado para as pessoas terem uma empregada fixa”, explicou o advogado Daniel Santos.
Com isso atividades informais começam a se destacar. A Natália Bitencount, por exemplo, saiu de Miracema para estudar em Palmas.
Ela mora com a irmã e durante alguns anos trabalhou como jovem aprendiz, mas com o término do contrato ficou difícil arrumar um emprego e ela foi trabalhar como diarista.
“Parece que é pouca oferta de emprego para muita gente. Eu tento entregar curriculum em um lugar, mas não sou só eu. Tem 10, 20, 30 querendo aquela mesma vaga”, afirma a jovem.
A Vanda Luiza Rodrigues sempre foi empregada doméstica. “Diarista trabalha mais. Quando você vem tem que lavar tudo, limpar tudo. A domestica não. Todo dia você faz uma coisa e fica mais maneiro. Eu acho melhor”, afirma.
Ela trabalhou por sete anos com a Fernanda Ruiz, que sempre procurou ter empregada doméstica em casa ao invés da diarista, mesmo pesando um pouco no orçamento.
“Você tem aquela segurança de que aquela pessoa adoecer, sofrer um acidente, ela vai estar amparada pelo governo e não somente por mim. Isso traz segurança para mim e também para ela”, contou a advogada.