Cirurgias não são feitas no estado; pacientes temem pela espera.
Falta vontade em estruturar o transplante no Tocantins, diz médico.
Ao todo, 439 pacientes que precisam de transplante de órgãos aguardam vaga para fazer a cirurgia em outros estados. É que o procedimento não é feito no Tocantins. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, 249 aguardam transplante de córnea; 150 de rins; 28 de medula óssea; seis de fígado quatro de pulmão e dois de coração.
A dona de casa Aldenira Francisca está na fila de transplante de rins em Brasília, Goiânia e São Paulo. Quanto mais o tempo passa, mais medo ela sente. “Tenho medo de vencer a idade, de acontecer um problema maior e não acontecer o transplante”.
Para fazer transplantes são necessários uma equipe profissional habilitada e capaz, estrutura adequada e planejamento que não deixe faltar materiais e medicamentos.
O médico cirurgião Antônio Fagundes entende que o Tocantins tem condições para agilizar a realização de pelo menos os transplantes de córneas e rins dentro do estado. O fator determinante para isso, é a força de vontade dos gestores, segundo ele.
“Existe a necessidade de que se tenha, além da vontade, empenho em estruturar o transplante no estado. Na verdade nós já perdemos bastante tempo, muitos pacientes deixaram de ser transplantados porque houve um descompasso entre a situação de querer fazer e empenhar esforços para que o fato aconteça”.
A gerente da Central de Transplantes da Secretaria Estadual da Saúde confirmou que os transplantes de córneas devem começar a ser feitos no estado até o fim do ano.
“Tem alguns ajustes para ser realizados. A gente está com a equipe definida que vai fazer um treinamento para fazer a captação da córnea. O Tocantins vai iniciar com córnea”, informou. Para outros tipos de transplantes, existem estudos mas não há nada definido.
A Secretaria Estadual da Saúde informou também que não realiza transplantes e nem captação de órgãos, mas faz encaminhamento de pacientes que necessitam desse procedimento.(fonte:g1/to)