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Maioria dos acidentes em Goiânia acontece na segunda-feira, diz estudo

Seguradora mostra que 16% das colisões são no primeiro dia útil da semana.
Especialistas apontam que principais motivos são desatenção e estresse.

Um estudo feito por uma empresa de seguros aponta que a maioria dos acidentes de trânsito em Goiânia acontece nas segundas-feiras. Dos mais de 2,7 mil casos analisados em um período de 12 meses, 16% deles acontecem no primeiro dia útil da semana. Especialistas apontam que os principais motivos são a desatenção e alto nível de estresse.

O levantamento do Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfree levou em consideração as batidas que aconteceram entre junho de 2015 e maio de 2016. Cerca de 77% das colisões acontecem em dias úteis. Já nos finais de semana, a incidência é menor: 13% no sábado e 10% domingo.

A maioria dos acidentes acontece ainda no período da tarde – 41% – enquanto a manhã concentra 32% das ocorrências. A partir das 18h, o número reduz para 23% e, durante a madrugada, apenas 4%.

Condutores com idades entre 27 e 36 anos são os que mais se envolvem em acidentes, representando 29% das batidas. Os condutores entre 37 a 46 anos respondem por 20% dos casos e os condutores com até 26 anos representam 19%.

O levantamento aponta também que, quanto mais velho o condutor, menor a ocorrência de acidente. A partir dos 47 anos, eles envolveram-se em 15% dos acidentes, seguidos dos motoristas de faixa etária maior, até 67 anos, com 12% do total de acidentes e, acima de 68 anos, com 5%.

O gerente executivo de Sinistro Automóvel do Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre destaque que muitos motoristas relatam que estavam desatentos ao se envolver em acidentes. “A ideia do estudo é divulgar os dados para deixar todos atentos para essa questão, para que sejam desenvolvidas políticas públicas e também reduzir o número de acidentes”, pontou.

Ele destaca ainda que, apesar de cada cidade ter suas próprias características, esse resultado de acidentes se concentrando nas segundas-feiras se repete em outros municípios. “Esse é um dia de grande impacto emocional para o motorista, que está voltando à rotina, fica ansioso, o que aumenta a desatenção e imprudência no trânsito”, completou.

O químico Gabriel Lassi sofreu um acidente de carro na segunda-feira, em Goiânia, Goiás (Foto: Arquivo Pessoal/Umaitá Pires)
Carro do Gabriel ficou danificado na frente após a batida (Foto: Arquivo Pessoal/Umaitá Pires)

Desatenção e preguiça
O químico Gabriel Lassi Bastos, de 27 anos, foi um dos motoristas que se envolveram em um acidente de trânsito na segunda-feira. “Acordei para trabalhar e estava frio, era 5h e o vidro do carro estava embaçado. Fiquei com preguiça de desembaçar, era só esticar o braço para a porta do passageiro e abrir a janela, mas não fiz. Enquanto eu dirigia, via os faróis dos carros, mas teve um que estava com farol desligado, eu não vi porque a janela estava embaçada e bati na lateral do outro carro”, disse.

Gabriel assume que estava errado. O carro dele ficou amassado na frente e a porta saiu do eixo. Já o outro veículo rodou na pista e teve danos em vários pontos. Apesar da batida, ninguém se feriu.

“Segunda é o pior dia da semana, então eu estava com preguiça de ir trabalhar, desatento”, disse.

Psicologia do trânsito
Apesar de não ter estudos que comprovem esses dados, a psicóloga Carmen Rizzotto da Trindade explica que existem teorias que reforçam o fato de que segunda-feira é um dia em que as pessoas ficam mais desatentas e também estressadas.

“É um dia que ninguém gosta. Trabalho é sinônimo de estresse e, com isso, vem a distração ao volante. Sexta, sábado e domingo são dias em que os índices são menores justamente porque terminou a semana, as pessoas estão mais relaxadas, além do movimento nas ruas diminuir”, disse.

A psicóloga, que também coordena a especialização em Psicologia do Trânsito em uma faculdade, destaca que a maior incidência de acidentes na parte da tarde pode estar ligada ao calor e ao horário após almoço, o que aumenta ainda mais o estresse e desatenção, levando à imprudência ao volante.

Por fim, Carmen ressalta que a mulher se envolve em um número menor de colisões por ser mais cuidadosa, enquanto o homem tem uma característica mais “ousada e aventureira”. “Antropologicamente falando, o macho da espécie ainda carrega características de que tem que ser forte, lutar pela sobrevivência e, por essa situação, tem um senso de aventura maior. Já a mulher está ligada à continuidade e preservação da espécie, então é mais cuidadosa, delicada”, completou.(fonte:g1/go)

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