Criança está desaparecida desde a tarde de sexta-feira (17), em Goiânia.
Polícia Civil apura o caso e faz diligências em busca do paradeiro da garota.
A mãe da menina Ana Clara Pires Camargo, de 7 anos, que está desaparecida há 3 dias, em Goiânia, implora por informações sobre o paradeiro da filha. Segundo Glauciane Pires Silva, a criança costumava andar com ela pelo bairro, o Residencial Antônio Carlos Pires, onde foi vista pela última vez, mas nunca fugiu de casa.
“Eu só peço que, se alguém estiver com ela, que devolva. Que Deus toque no coração dessa pessoa, pois ela deve ter família. Pode ser em qualquer lugar. Preciso da minha filha comigo, só isso. Eu só peço que se alguém souber de algo, denuncie. A angústia está muito grande, então quem estiver com ela, traga minha filha de volta. Ela conhece bem o bairro, sempre andou lá comigo, mas nunca fugiu, nunca saiu sem avisar”, disse a mãe.
Glauciane destacou que esses “estão sendo os piores dias” da vida dela. “[O coração de mãe] está apertado. A aflição está grande. Eu tenho aquela esperança de encontrar minha filha o mais rápido possível. Eu tenho outra menina, uma bebê, que está nervosa, não aceita ficar com ninguém. Mas eu tenho que correr atrás da Ana Clara”, disse.
A garota foi vista pela última vez na tarde de sexta-feira (17). Segundo familiares, ela saiu para comprar um refrigerante, foi vista conversando com alguém em um carro prata, voltou para casa e almoçou. Em seguida, saiu mais uma vez para entregar um dinheiro a uma vizinha. De acordo com a polícia, a menina esteve no local, mas não deixou o dinheiro. Ela desapareceu quando retornava para casa.
“Eu tinha pedido para ela ir na casa da minha amiga pagar a marmita que ela tinha comprado para o almoço e pegar uma tinta de cabelo. Aí ela foi. Minha amiga disse que ela chegou lá, pediu a tinta, mas ela disse que ia entregar depois, pois o marido dela estava dormindo, aí disse que ela [menina] voltou. Aí a minha amiga viu ela voltando para casa. Outra vizinha também disse que viu ela subindo em direção a nossa casa. Depois disso, ninguém sabe de mais nada, ninguém viu nada”.
Questionada sobre a informação de que a menina foi vista conversando com alguém em um carro, antes do desaparecimento, a mãe disse não saber ao certo. “Na hora do almoço, ela pediu dinheiro para comprar refrigerante e eu dei. Aí ela foi no supermercado e, na volta, na rua da minha casa, um [GM] Celta prata parou do lado dela e foi conversando até ela chegar em casa. Mas nisso ela foi para casa, almoçou, ao me falou nada”, destacou.
Segundo Glauciane, Ana Clara chegou a tomar banho antes de sair de novo para ir até a casa da vizinha. “Ela estava planejando ir brincar com a amiga. Mas antes de ir eu pedi para ela fazer isso para mim, por volta das 13h30. Aí foi quando ela não voltou e eu estava em casa fazendo minha outra bebê dormir. Foi quando senti aquele aperto, aquela angústia, e decidi ir atrás”, lembra.
A mãe destacou, ainda, que quando questionou a amiga sobre o paradeiro da filha, a mulher confirmou que a menina tinha ido lá e voltado para casa. “Aí eu disse: ‘ela deve ter ido na casa da amiguinha’. Fui até lá, mas ela não estava. Então saí atrás das possibilidades onde ela poderia estar, fui nos lugares, e ela não estava. Foi quando eu entrei em desespero e vi que minha filha tinha sumido”, lembra.
Desde então, a mãe afirma que está desesperada em busca de informações sobre a filha.
“Depois disso eu passei a buscá-la. Eu fui atrás do pai dela, fui atrás da polícia, e comecei a andar pela beirada do mato, fui em lotes baldios. Pedi ajuda, mas nada de notícias”, lamentou.
Investigação
Mais cedo, o delegado Valdemir Pereira da Silva, titular da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), destacou que o caso segue sendo investigado.
“É lógico que temos informações importantes mas não podemos divulgar para não atrapalhar. Nós temos uma equipe aqui na delegacia fazendo levantamento e recebendo o apoio da Delegacia da Mulher. Inclusive, estamos levantando três estupradores que atuam na região para saber se algum deles tem ligação com esse desaparecimento. Esta investigação está sob sigilo e nenhuma linha de investigação foi descartada”, destacou.
O delegado Kleyton Manoel Dias, também da Deic, ressaltou que essa é uma investigação complexa, mas que continua em andamento. “Lá é uma região muito difícil, onde não temos muitas imagens de câmeras de segurança ou testemunhas. Então estamos encontrando muita dificuldade em levantar qualquer indício que possa apontar a direção que essa criança tenha tomado”.
Ele ressaltou que a ajuda de testemunhas é fundamental para que a menina seja achada. “A população é parceira da Polícia Civil, então, quem tiver alguma informação, deve entrar em contato pelo telefone 197, não precisa se identificar. Vale ressaltar que, neste momento, não descartamos nenhuma linha de investigação. Por isso estamos ouvindo os parentes, pois um detalhe que pode ser considerado dispensável, pode ser muito importante para desvendar o caso”, afirmou Dias.
Protestos
Familiares e vizinhos da menina Ana Clara fizeram um protesto nesta manhã na porta da Deic. Cerca de 30 pessoas participam da manifestação com cartazes com as frases “justiça”, “queremos Ana Clara” e “precisamos de respostas”.
“A gente quer informações, porque a angústia está grande e ninguém ligou para dar nenhuma informação. Eles se esqueceram da gente. Parece que eu sinto que ela falou ‘eu só fui ali e tô voltando’. Meu coração de mãe diz que ela vai voltar. A única coisa que eu peço é resposta. A gente ainda vai comemorar o aniversário dela”, disse a mãe da garota.
Padrasto de Ana Clara, o vidraceiro Cesarino Epaminondas Silva afirma que a força-tarefa instalada na última sexta-feira (17) para apurar o caso, que envolvia o Corpo de Bombeiros, a Polícia Civil e a Polícia Militar, não é mais vista na região em que ela desapareceu.
“Não tinha mais ninguém por nós de sábado [18] em diante. Era só a gente entrando em buraco, procurando pistas, sem o apoio da polícia. No começo estava todo mundo dando o apoio pra gente. Aí de repente para tudo, a gente entra em desespero. Queremos insistência, queremos resposta, saber o que estão fazendo para achar a Ana Clara”, disse.
No domingo (19), parentes, amigos e vizinhos já tinham feito uma manifestação pedindo pelo retorno da criança. Eles caminharam pelas ruas do setor Antônio Carlos Pires, fecharam a GO-462 por alguns minutos e liberaram em seguida. Eles levavam cartazes pedindo notícias da criança e que, se alguém estiver com ela, que a solte.
O ato aconteceu no dia do aniversário de 7 anos de Ana Clara. Enquanto caminhavam, os manifestantes cantaram parabéns em homenagem a ela.
Fonte:g1/go