Elas foram detidas no momento em que saiam de um banco, supostamente após sacar dinheiro obtido com o golpe. Polícia Civil apura a participação de outras pessoas na fraude.
Mãe e filha foram presas suspeitas de clonar anúncios na web e embolsar R$ 24,5 mil por meio de um site de compras na internet, em Jataí, na região sudeste de Goiás. Segundo a Polícia Civil, elas foram detidas no momento em que saiam de uma agência bancária, após sacar dinheiro de uma vítima de Minas Gerais que havia caído no golpe. Corporação apura a participação de outras pessoas.
Vangeluce Quintina Jesus, de 37 anos, e a mãe dela, Maria Aparecida Quintina, de 65, foram presas com o dinheiro em espécie, na segunda-feira (20). Segundo o delegado Adelson Candeo, que apura o caso, elas disseram que não sabiam do que se tratava o esquema e estavam apenas fazendo um favor para uma amiga. O G1 não teve acesso à defesa das suspeitas.
“Eles agiam sempre do mesmo jeito: clonavam o anúncio de um carro mudando o telefone para o deles e abaixando o valor do veículo. Sempre usavam a mesma conversa: diziam que tinham pego o carro em uma venda de gado, mas que não gostavam de carro pequeno e por isso estavam vendendo mais barato”, explicou.
Ainda segundo ele, o grupo tinha meios de fazer com que a vítima visse o veículo antes de comprar sem estragar o golpe. Segundo ele, os golpistas ligavam para o vendedor original e diziam que um conhecido iria ver o veículo, mas pediam que o vendedor não falasse em valores com a pessoa.
“Os golpistas diziam para o vendedor que estavam cobrando um pouco mais dessa pessoa que ia ver o carro para ficarem com uma comissão e combinavam dele não conversar sobre o preço. O vendedor ficava animado porque via possibilidade de vender o produto e não falava nada. Nisso, o vendedor e a vítima se encontravam para que a pessoa analisasse o produto sem estragar o esquema”, esclareceu o delegado.
Adelson explicou que a vítima, então, fazia a transferência para a conta informada pelo golpista e depois não conseguia mais contato com o suposto vendedor. Nisso, muitas achavam até que o golpista era o verdadeiro vendedor, com quem se encontraram.
“Eles ganhavam tempo até nisso, porque as pessoas que foram lesadas, sem conseguir contato com eles, iam atrás da pessoa que os mostrou o carro, mas o vendedor original não tinha qualquer envolvimento com o esquema”, disse.
A corporação informou que mãe e filha eram responsáveis por receber e repassar o dinheiro dentro da organização e devem responder pelo crime de estelionato. Um áudio obtido pela TV Anhanguera mostra quando outra integrante do grupo fala com Vangeluce sobre o trabalho.
“Eu falei para ela: ‘o bagulho vai dar certo, mas tem que ser feito na porcaria da primeira hora’. Agora, o final de semana inteiro e ela não arrumou uma conta para depositar o dinheiro? Isso tem que ser elaborado. Quando cai o dinheiro na conta ela já tinha que dizer: ‘ò Vange, tá aqui as contas, deposita’. Povo amador, nunca vi desse jeito”, afirmou.
G1 Tocantins.