Cooperfrigu foi um dos alvos da operação Carne Fria, do Ibama.
Investigação diz que frigorífico comprou gado em áreas de desmatamento.
Frigorífico em Gurupi foi autuado por compra em áreas desmatadas (Foto: Heitor Moreira/TV Anhanguera)
A Justiça Federal do Tocantins retirou o embargo ao frigorífico Cooperfrigu, de Gurupi, no sul do estado. O Ibama havia proibido o estabelecimento de comprar novos lotes de animais para a produção da carne na última quarta-feira (22). A operação que levou à interdição, batizada de Carne Fria, investiga a compra de gado de pecuaristas que desmataram ilegalmente a Amazônia por parte de frigoríficos no Tocantins e no Pará.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagrou a Carne Fria na semana passada. Dois frigoríficos foram autuados no Tocantins, o Cooperfrigu, de Gurupi e o Plena Alimentos, de Paraíso do Tocantins. Empresários e fazendeiros do Pará, do Tocantins, Mato Grosso e de Goiás estariam envolvidos.
Segundo o chefe substituto da Divisão Técnica do instituto, Sandoval Santos, os frigoríficos teriam comprado gado de áreas do Pará que estão irregulares. “Primeiro estas áreas foram embargadas por desmatamento. Elas deveriam se regularizar, o que não aconteceu. Depois, foram mais uma vez notificadas por descumprir o primeiro embargo”.
Na decisão, o juiz federal Eduardo de Assis, de Gurupi, determinou que o frigorífico deve se comprometer a não adquirir gado de áreas com problemas como os identificados na Carne Fria. Para o juiz, o embargo ao Cooperfrigu poderia gerar prejuízos para a cadeia produtiva do estado e diz que ainda não há provas de que “parte significativa do gado abatido pelo frigorífico tinha/tem origem em área desmatada irregularmente”.
A decisão é liminar e ainda cabe recurso, o Ibama diz que ainda não foi notificado sobre a decisão e que só vai se manifestar depois que isso acontecer.
G1 To