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Julgamento para revogar prisão de dono de postos é suspenso

Um dos desembargadores pediu vista e tema saiu da pauta da 1ª câmara do TJ. Duda Pereira está foragido desde o dia 10 de abril.

O julgamento do pedido para revogar a ordem de prisão contra Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, conhecido como Duda Pereira, foi suspenso após um dos desembargadores pedir vista. O pedido foi do desembargador João Rigo, que quer mais tempo para analisar o processo. Antes, o relator Ronaldo Eurípedes e outro desembargador, Moura Filho, haviam votado contra o pedido. Eles ainda podem mudar o voto até o final do julgamento.

A defesa do empresário, que tem postos de combustíveis em Palmas, quer que a ordem de prisão contra ele seja suspensa. Duda Pereira está foragido desde o dia 10 de abril, quando a Justiça ordenou que ele fosse preso. A suspeita é de que ele tenha mandado matar um empresário concorrente em Porto Nacional, ele nega todas as acusações.

A decisão de revogar ou não a ordem de prisão será da 1ª câmara do Tribunal de Justiça do Tocantins. Esta câmara é composta por cinco desembargadores, mas dois deles, Ângela Prudente e Marco Villas Boas, se declararam impedidos de votar por motivos de foro íntimo. Pelo atual placar o pedido da defesa seria negado, mas os desembargadores ainda podem mudar o voto até o final do julgamento. Ainda não há data para o julgamento ser retomado.

O G1 entrou em contato com a defesa de Eduardo Pereira e aguarda resposta.

O crime

De acordo com a denúncia, o empresário Wenceslau Leobas, pretendia abrir um estabelecimento em Palmas. A intenção era praticar os mesmos preços do combustível vendido em Porto Nacional que, segundo a promotoria, estão abaixo do que é praticado na capital. O MPE disse que Eduardo Pereira teria procurado a vítima para propor um esquema de alinhamento de preços e aumento da margem de lucro, mas o empresário teria rejeitado a proposta.

O crime aconteceu em janeiro. Wenceslau Leobas foi baleado em Porto Nacional, no momento em que saía de casa para trabalhar. Ele morreu após ficar 17 dias internado em um hospital. No mesmo dia da tentativa de homicídio, dois suspeitos de executar o crime foram presos. A polícia disse que um deles chegou a confessar a participação no crime.

Os acusados iriam a júri popular, mas um deles foi assassinado dentro da Casa de Prisão Provisória de Palmas no dia 3 de março. O crime ainda não foi solucionado.

No mês de junho do ano passado, o juiz aceitou a denúncia contra Duda. Ele é acusado de ser o mandante do crime. Segundo o promotor Abel, o processo contra o Duda corre separadamente. Na época, Duda disse que estava sendo acusado injustamente.

Em abril deste ano, foram divulgados áudios que suspostamente comprovam tentativas do empresário de atrapalhar as investigações sobre a morte de Wenceslau Leobas. Segundo o Ministério Público Estadual, pessoas ligadas a Eduardo Pereira estariam tentando convencer uma testemunha a mudar depoimentos.

Cartel

Eduardo Pereira também é investigado a respeito de um suposto cartel nos postos de combustíveis em Palmas. Duda é apontado como comandante do cartel. Em uma conversa telefônica gravada pela Polícia Civil, com autorização da Justiça, ele fala com Neizimar Cabral (a quem chama de Leidimar), chefe de fiscalização do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) no Tocantins, e chega a ameaçar um dos fiscais. Durante a conversa, Cabral promete que irá mudar o fiscal.

G1/TO

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