Filho, de 20 anos, se apresentou à polícia três dias após o episódio, depôs e foi liberado. Segundo investigação, casal estava junto há mais de 20 anos, mas mulher era agredida por querer separação.
O jovem de 20 anos suspeito de matar o pai, de 40, com um golpe conhecido como “mata leão”, prestou depoimento à polícia em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Segundo o delegado Vander Coelho, responsável pelo caso, ele confessou ter cometido o homicídio, mas alegou ter agido em legítima defesa para proteger a mãe, que havia sido agredida pela marido, Wanderli Rodrigues de Oliveira, momentos antes.
O rapaz se apresentou à polícia na segunda-feira (6), três dias após o episódio. No contato com o G1, no início da tarde desta quarta-feira (8), o delegado disse que não estava na delegacia e, por isso, não teria como informar o contato do advogado dele. Como já não havia mais flagrante, ele foi ouvido e responderá ao processo em liberdade.
Segundo depoimentos de testemunhas, o casal estava junto havia 21 anos, mas há quatro a mulher tentava se separar. Diante disso, ela começou a ser agredida constantemente pelo marido. Na última sexta-feira (3), o jovem ouviu uma discussão dos pais e interveio.
“O pai teria tentado esganar a mãe. Naquele momento, ele avançou contra o pai e aplicou um golpe, popularmente conhecido como ‘mata leão’. Logo que ele conseguiu segurar o pai, os dois caíram e conforme relato do autor e das testemunhas que ali estavam, permaneceram em luta corporal. O rapaz segurando o pai com receio de que ele ainda avançasse contra a mãe ou a irmã, como era promessa dele, de que mataria a mãe, todos os filhos e, posteriormente, iria suicidar”, afirmou o delegado.
No depoimento, o jovem revelou ainda que pratica artes marciais e que tinha ciência de que manter o pai naquela situação poderia matá-lo. No entanto, diante da situação, resolveu seguir imobilizando-o. Quando o soltou, ele acabou não resistindo.
“Ele o manteve seguro por determinado tempo, mesmo sabendo que isso poderia gerar uma consequência mais grave em razão de ter algumas aulas de artes marciais. Ele mesmo relata que teria tomado algumas aulas. Mas na situação do estresse em que ele passava, questão muito conturbada ali no momento, manteve o pai em um período mais extenso de tempo. Quando ele ficou desacordado, não conseguiu reanimar mais o pai”, destaca.
O delegado disse que o próprio filho acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas Wanderli acabou morrendo. Em seguida, familiares acionaram a polícia e o rapaz fugiu do local. De acordo com Coelho, o advogado disse que o jovem estava muito nervoso e não poderia se apresentar logo após o caso. Por isso, ficou agendada a apresentação três dias depois.
A priori, o investigador trata o caso como legítima defesa. Outras testemunhas ainda serão ouvidas e é preciso aguardar laudos periciais. Mas se o raciocínio persistir, ele deve sugerir ao Judiciário o arquivamento do caso.
Este é o segundo crime do tipo em duas semanas. No dia 22 de julho, outro jovem, de 21 anos, matou o pai, de 41, para defender a mãe, que estava sendo ameaçada.
G1 Tocantins.