Vice do candidato do PSL chamou de “erro” a Constituição e disse que uma nova Carta não precisaria ser redigida por eleitos pelo povo.
Em entrevista ao Jornal Nacional, o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, negou a possibilidade de convocação de uma Assembleia Constituinte caso seja eleito presidente.
Em setembro, o candidato a vice, general Antônio Hamilton Mourão, chamou de “erro” a Constituição de 1988 e disse que uma nova Carta não precisaria ser redigida por eleitos pelo povo, mas sim por um “conselho de notáveis”.
– Ele é general e eu sou o capitão, mas eu sou o presidente. Desautorizei (o general) nesses dois momentos. Ele não poderia ir além daquilo que a Constituição permite. Jamais eu posso admitir uma nova constituinte, até por falta de poderes para tal – afirmou Bolsonaro.
Em outra declaração, Mourão sugeriu que o presidente eleito poderia dar um “autogolpe” a depender das condições do país. Bolsonaro também negou a hipótese:
– A questão de autogolpe, não entendi direito o que ele quis dizer naquele momento. Mas isso não existe. Se estamos disputando a eleição, é porque acreditamos no voto popular e seremos escravos da Constituição.
Bolsonaro reforçou que será ele o responsável pelo governo, caso eleito. Em dois momentos, ele trocou o nome do companheiro de chapa, a quem chamou de Augusto.
– Repito: o presidente será Jair Bolsonaro e quem o auxiliará será o general Augusto Mourão. Hamilton Mourão. E ele sabe muito bem da responsabilidade que tem da ocasião da sua escolha como vice. Queremos um governo com autoridade e sem autoritarismo, por isso nos submetemos ao sufrágio popular. O que falta um pouco ainda (a Mourão) é um pouco de tato, convivência com a política. E ele rapidamente se adaptará à realidade brasileira e à função tão importante que é a dele. General Augusto Mourão, agradeço sua participação, mas, nesses dois momentos, ele foi infeliz, deu uma canelada. O presidente jamais autorizaria qualquer coisa nesse sentido.
Oglobo