Os dois agressores foram presos em flagrante.
Um homem negro foi espancado e morto por dois homens brancos em uma unidade do supermercado Carrefour no bairro Passo D’Areia, na zona norte de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na noite de quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra.
Informações preliminares apontam que um dos agressores é segurança do local e o outro é um policial militar temporário que fazia compras no local. A vítima, João Alberto Silveira Freitas, tinha 40 anos.
A Polícia Civil do Estado investiga o crime. Os dois agressores foram presos em flagrante. A confusão teria começado no caixa do supermercado quando o homem, que fazia compras com a esposa, teria ameaçado agredir a funcionária, que chamou a segurança.
O PM temporário e o segurança teriam encaminhado Silveira Freitas para fora do supermercado. Segundo a Brigada Militar, que atendeu a ocorrência inicialmente, a vítima passou a brigar com a dupla por não querer sair do local. Testemunhas presentes no local dizem que o homem foi seguido e agredido na saída.
Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, é possível ver os dois homens agredindo Silveira Freitas e uma mulher perto deles.
Vídeo
Uma manifestação em frente ao supermercado está prevista para as 18 horas desta sexta-feira, 20.
Em vídeo nas redes sociais, o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), disse que o caso deixa a todos “indignados” pelo “excesso de violência que levou à morte de um cidadão, negro”. “Todas as circunstância em que esse crime aconteceu estão sendo apuradas para que sejam punidos os responsáveis. Os inquéritos policiais estão sendo levados adiante, com muito rigor”, acrescentou.
Na mesma gravação, a chefe de Polícia do Estado do Rio Grande do Sul, delegada Nadine Anflor, diz que os dois homens gravados nas agressões responderão a homicídio triplamente qualificado. “Por asfixia, por impossibilidade de resistência da vítima. As imagens são muito chocantes”, comentou. Ela também se refere ao caso como de racismo. “A Polícia Civil hoje dá uma resposta a essa intolerância que aconteceu ontem.“
Comandante da Brigada Militar, Rodrigo Mohr Picon, destacou que um policial militar temporário (função exercida por um dos agressores) somente pode realizar funções administrativas e não participativa de policiamento nas ruas. “Ele deve ser retirado da corporação e responder civilmente pelo crime.”
Com informações do Estadão.
NOTA DO SUPERMERCADO
“O Carrefour informa que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso. Também romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão. O funcionário que estava no comando da loja no momento do incidente será desligado. Em respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário.
O Carrefour lamenta profundamente o caso. Ao tomar conhecimento deste inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa apuração interna e, imediatamente, tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis sejam punidos legalmente.
Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais.”
AF Notícias.