Marla Cristina Barbosa foi presa na noite desta quarta-feira (17) em Palmas. Segundo Polícia Civil, médico dormiu na casa dela na noite do crime e os dois viajaram juntos durante a fuga dele.
A Polícia Civil começou a ouvir a assistente social Marla Cristina Barbosa Santos, de 42 anos, na manhã desta quinta-feira (18), em Palmas. Ela foi presa na noite desta quarta-feira (17) e é ex-namorada do médico Álvaro Ferreira da Silva, principal suspeito de matar a professora Danielle Christina Lustosa. Ela chegou na delegacia por volta das 11h.
O médico também está na delegacia e será ouvido logo depois de Marla.
De acordo com a Polícia Civil, o médico dormiu na casa de Marla na noite do crime e os dois viajaram juntos para Morro de São Paulo (BA) durante a fuga dele. Ele também foi levado para a Delegacia de Homicídios de Palmas na manhã desta quinta-feira e vai ser ouvido após a mulher.
Marla Cristina foi presa na casa da mãe dela, Josefa Maria Barbosa, que é advogada do médico. A informação é que os dois namoraram por cerca de 6 meses e terminaram em novembro. Mesmo assim, a Polícia Civil confirmou que Marla buscou Álvaro no presídio no dia em que ele foi solto após agredir a ex-mulher. A soltura dele aconteceu em 16 de dezembro, dois dias antes de Danielle ser encontrada morta.
A Polícia Civil quer saber qual é a relação entre Marla e Álvaro Ferreira. Ela passou a noite no presídio feminino de Palmas. A prisão dela é temporária e tem prazo de 30 dias.
“Como não se tinha notícia da mesma desde então, nem no trabalho nem no endereço conhecido pela polícia e, estando o suspeito foragido à época do pedido de prisão, cogitou-se a possibilidade de Marla ter participado e/ou saber de detalhes que ajudem no esclarecimento dos fatos”, disse o delegado Pedro Ivo Costa Miranda, da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP).
A defesa de Marla confirmou que ela teve um relacionamento com o médico, mas afirmou que a assistente social não teve nenhuma participação no crime e que vai prestar todos os esclarecimentos à polícia.
O crime
O corpo da professora foi encontrado no dia 18 de dezembro. O médico Álvaro Ferreira é o principal suspeito do crime porque havia sido preso dois dias antes, quando invadiu a casa e tentou esganar a ex-mulher. Mesmo assim, foi solto um dia depois, após audiência de custódia. O Ministério Público chegou a pedir a prisão preventiva dele, mas o pedido foi negado pelo juiz, que determinou a liberdade sem pagamento de fiança.
De acordo com o advogado de Danielle, Edson Monteiro de Oliveira Neto, o ex-marido já havia ameaçado matá-la outras vezes. O advogado informou que chamou a polícia após não conseguir contato com ela durante todo o dia.
O corpo de Danielle foi localizado de bruços na cama. O registro da ocorrência feito pela Polícia Civil aponta que foram encontrados hematomas no pescoço da professora e havia odor característico de urina no short que a vítima vestia. A perícia confirmou que ela foi estrangulada.
A fuga
O médico ficou quase um mês foragido após o crime. Ele foi preso no dia 11 de janeiro em Goiás e levado para a Casa de Prisão Provisória de Palmas no dia seguinte. Ele foi localizado após postar uma selfie em uma igreja nas redes sociais. Enquanto esteve foragido, ele deu entrevistas por telefone e mandou mensagens para a mãe da vítima.
A polícia identificou que ele fugiu primeiro para Salvador, pegou um barco para Morro de São Paulo, viajou para Campinas (SP) e acabou em Goiás.
O médico foi preso enquanto estava no cinema de um shopping em Anápolis. A prisão foi realizada por uma equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), comandada pelo delegado Pedro Ivo Costa Miranda em parceira com as Polícias Civis de Goiás e São Paulo.
Outro lado
A defesa de Álvaro Ferreira alega que os áudios divulgados pelo advogado da vítima não correspondem a toda verdade. Segundo a advogada Josefa Barbosa, existem áudios que mostram a mulher pedindo para o médico voltar para casa e garantindo que desistiria da medida protetiva.
“Já que ela tinha tanto medo e ele era agressivo porque ela constitui união estável com ele no cartório. Eles foram no cartório no dia 11 de dezembro e fizeram isso”, disse.
A advogada afirmou ainda que está colaborando com a Justiça para esclarecer os fatos e buscar a verdade, porque o cliente está sendo condenado sem ter provas. Disse ainda que enfrenta dificuldades para ter acesso às informações do caso.
G1 Tocantins