Aos 17 anos, Giovana Ferro conseguiu realizar um grande sonho: ser aprovada no curso de medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A adolescente, moradora de Palmas, terminou o ensino médio no ano passado e agora se prepara para voar em direção a uma das principais instituições públicas do país. “Eu fiquei muito feliz, é uma sensação de alívio, de dever cumprido”, disse.
O ingresso da UFRJ se dá através do Sistema de Seleção Unificada (SISU), sistema informatizado do Ministério da Educação, no qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas para candidatos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Giovana já tinha feito o Enem nos anos anteriores como treineira, mas em 2021 foi para valer. A média geral alcançada foi 802,04.
O desempenho colocou a estudante em uma boa posição, na frente de vários estudantes que têm sonho de ingressar em um dos cursos mais concorridos do Brasil.
Ao concorrer a uma vaga na UFRJ, a nota da estudante subiu ainda mais: 817,76.
É que a pontuação acaba sendo modificada dependendo da instituição, tendo em vista o peso de cada matéria.
E qual é o segredo para esse bom resultado? Ela contou que estudava em uma escola onde era preparada para o Enem desde muito cedo. Mas dedicação não é o mais importante, recomendou.
“É preciso estudar com inteligência. Não é sentar e estudar 16h por dia, mas saber os limites do seu corpo e saber parar. Na minha escola, a cada um mês tínhamos três dias de folga ou para colocarmos o conteúdo atrasado em dia ou para descansar. Estudar é cansativo e o Enem é no fim do ano. Se você correr uma maratona e disparar no início, no final você não terá mais energia”, recomendou.
Outra estratégia adotada pela adolescente foi focar nas provas anteriores do Enem.
“Foi estudar conteúdo dos exames passados, quais conteúdos tinham maior incidência e quais não tinham incidência tão grande. São muitos conteúdos cobrados no ensino médio, mas muitos deles não foram cobrados ou foram cobrados apenas uma vez”.
A estudante explicou que utilizou uma plataforma online que divulga informações sobre notas de cortes do SISU para fazer uma simulação.
A nota dela seria suficiente para a aprovação em medicina em mais de 50 instituições públicas.
Giovana escolheu a UFRJ por ser uma universidade conceituada, que valoriza e incentiva pesquisas científicas.
“Por eu ser apaixonada em pesquisa e querer trabalhar com isso futuramente, eu fiz a escolha pelo UFRJ”.
Além de estudar para ter um bom resultado no Enem, no último ano Giovana também participou de uma competição internacional.
O ‘Latin American Space Challenge (LASC)’ tem como missão motivar as pessoas a desenvolver e lançar um foguete com um satélite como carga útil.
O resultado foi divulgado no início de novembro do ano passado. A equipe dela, a BCS-21, ficou em primeiro lugar na Categoria CubeSat e também em 1º lugar na Categoria Geral de Satélites, à frente de universitários de instituições de referência, como por exemplo, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica.
Depois do resultado, Giovana foi convidada a fazer uma visita ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para participar dos testes do PION-BR1, lançado ao espaço em janeiro.
O pequeno satélite transmite um sinal do espaço capaz de ser captado por radiamadores na Terra.
E não para por aí. Com o sonho de ir mais além e ter uma formação internacional, Giovana está participando de um processo de aplicação para universidades americanas.
O resultado ainda não foi divulgado, mas se ela conseguir bolsa integral, vai voar ainda mais alto.
g1 Tocantins.