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Em São Salvador do Tocantins, projeto social afasta crianças das ruas por meio da luta

O projeto atende crianças e adolescentes com auto índice a criminalidade.

O objetivo do projeto “Capoeira vai à Escola”, é promover o desenvolvimento humano através da cidadania.

Para começar, o aluno é passado por uma triagem, para saber a conduta social de cada um, depois é selecionado aquele jovem, ou adolescente que estão no comportamento de risco a criminalidade.

“Aquele que tem mais condições de ingressar no mundo do crime, são trazidos para a luta e feito algumas exigências mínima dele. A primeira delas é, estar estudando, ter disciplina, também ter uma religião”, explicou Santos.

O projeto nasceu em Arraias sudeste do estado com o mestre Fumaça. Hoje atende várias pessoas em sete cidades do sul e sudeste do Tocantins. Uma iniciativa do cabo Santos, juntamente com o mestre Fumaça, que vem crescendo a cada dia.

Em São Salvador, o projeto ganhou rumo e apoio do prefeito André Borba e dos vereadores, que abraçaram a ideia para livrar São Salvador de qualquer risco de drogas ilícitas. Uma vez por semana, os garotos têm a oportunidade de se dedicar ao esporte naquela cidade.

O professor Santos e o mestre Fumaça se conheceram em Brasília e desde então, começaram a ver os problemas sociais na época. 

“Nascemos em comunidade menos favorecidas como a baixada fluminense, pois sou oriundo da favela, e com isso, notamos que o governo e as autoridades, não nos assistiam à altura, tanto é que, aquelas previsões antigas que nós fazíamos na comunidade naquele tempo, estão se realizando hoje: os presídios super-lotados, o sistema público falido, enfim, um conjunto de fatores de derrota. Outra coisa: Administração que não vingou por causa da corrupção, por inveja, por causa da política partidária, que é a pior e vivente em nosso país. Então, resolvemos usar este esporte que aprendemos na comunidade, que nos livrou da criminalidade, das drogas e da violência, que foi a capoeira”, disse o treinador.

O projeto atende meninos de 7 a 30 anos e fornece aulas de box (MMA) e capoeira. Algumas meninas entraram mais logo desistiram, por ser um esporte violento para mulheres. É um projeto de inclusão, especialmente para pessoas carentes, sem condições financeiras. “Só atendo a classe baixa, não trabalho com filho de rico, ou com jovens bonzinhos, mas sim aqueles com zona de risco a criminalidade”, disse. 

Segundo o ex-prefeito de São Salvador Denival Gonçalves, o projeto é importante, pois consegue resgatar crianças e adolescentes que poderiam estar nas ruas. E afirma o total apoio do prefeito André neste trabalho.denval

“Nosso gestor vai estar de mãos dadas, e manda dizer que a parceria vai continuar aqui no município, fizemos no passado, foi boa e vamos continuar. Muitos aqui são alunos desde aquela época, que isso possa formar mais pessoas. Temos um professor dando aula, que passou por aqui, foi aluno, hoje segue carreira, disse Denival, que foi representando o prefeito que estava viajando à Brasília, com todos os vereadores em reunião com lideranças políticas.   

O cabo e professor de MMA e capoeira Santos, afirma esta parceria do prefeito de São Salvador André Borba. “Como é um trabalho antigo, hoje está colhendo os frutos, e o prefeito está praticando a política comunitária, mesmo eu não votando no município de São Salvador o prefeito André abraçou nossa causa, mesmo não puxando saco, até porque não preciso disso, o prefeito teve a consciência de nos ajudar, coisas que outros prefeitos da região não fizeram, mesmo sendo beneficiados com este projeto. Trabalho este que foi implantado na época do ex-prefeito de Palmeirópolis Enoque Souza e ele nos ajudou muito. Neste governo do Fabio Vaz, não tivemos seguimentos, mas reconheço o trabalho brilhante na área social que exerce o município, que é a Rede do Bem, que assiste ao jovem e crianças carentes”, elogiou.

O prefeito Fabio Vaz disse, que já existe este projeto em Palmeirópolis que cuida de crianças e adolescentes que é a Rede do Bem, admira e não é contra o trabalho do cabo Santos prestado à sociedade menos favorecidas, isso enriquece e protege o município.

O professor explica ainda a falta de interesse de gestores públicos. “Gostaríamos de fazer muito mais, poucas vezes conseguimos ajuda do poder público, mas graças a Deus, temos conseguido parceria com o ministério Público e a Justiça, principalmente de Peixe, Alvorada, Palmeirópolis, empresários, escolas, fazendeiros. Agora, a parte principal que é, a ajuda dos políticos eles somem, praticam as políticas partidárias, só aquelas na época das eleições, naqueles meses de campanha, ou seja, só quem votou eles ajudam, apenas quem é do “bando”, quem não fez parte eles excluem. Hoje acredito que entre Palmeirópolis, São Salvador, Paranã e Jau, temos mais de 80 políticos, poucos nos ajudam, são raros a ajuda deles”, desabafa Santos. 

Para ele, a luta vai além do fator esporte, que também pode ser visto como uma ferramenta de educação e transformação social. Promover o desenvolvimento humano através da cidadania, e a ferramenta utilizada é o esporte, a luta, como uma ação complementar para a educação.cabo

“Também buscando transformar o conceito de responsabilidade social, atingindo um maior número de pessoas e integrando classes sociais diferentes, através do esporte. Sabendo que nem todos serão atletas. Se conseguir formar grandes homens e mulheres, já estará contribuindo bastante para a sociedade”, disse.

Tanta dedicação fez com que Santos fosse mais do que um mestre de capoeira e MMA, ele é tido como um grande “pai” dos meninos e meninas, muitos dos quais ele, por meio do projeto social, ajudou a tirar de situações de risco social. “Eu aqui estou no lugar de um pai de rua, exemplo: aquela criança que não quer ir  à escola, que não quer se adaptar a sociedade, nós fazemos a inclusão social e escolar dela com as nossas disciplinas, eu consigo trazer elas para o esporte”, destacou.

É feito premiações, são levadas para temporadas de praias, alguns passeios de bug na areia, jet-ski, sobre o patrocínio na maioria das vezes do próprio bolso”, emociona ao falar.

Luiz Eduardo de Souza, começou a aprender capoeira com o policial, quando tinha 09 anos de idade, hoje com 12, disse que o aprendizado e a disciplina é gratificante, os pais dele notam isso, e também não esconde a admiração pelo professor. Para a maioria deles treinar e ocupar a cabeça é uma forma de não estar na rua fazendo coisas erradas.

Ao olhar para o passado, o militar e professor Santos, conta que fica muitas vezes emocionado e feliz ao ver o trabalho realizado com os participantes. “Aposentei como militar, entrei na polícia pela porta da frente e também saí pela porta da frente. Fui muito perseguido, mais tudo que tem o toque da mão de Deus não fracassa, conseguimos passar destas barreiras e trazer para as classes mais baixas, menos favorecidas, mais dependente do poder público o esporte através da luta”.

O projeto “Capoeira vai à Escola” não é experimental, mas sim funcional. O professor relata ainda que não envolve com pessoas com o nome sujo, qualquer classe social que envolver com a criminalidade está fora do projeto. “Queremos formar cidadãos atletas, fazemos uma peneira fina, uma varredura jogando a semente. Hoje sou um mulplicador desta causa do bem e ela está germinando. Todos que vier nos ajudar e não tiver problemas com a justiça estaremos de portas abertas”, desabafou.

De acordo com ele, o pai da dupla Henrique Juliano, Edson Reis se prontificou a ajudar no projeto, ser o padrinho neste trabalho. “Investigamos a conduta dele e realmente é mesmo fruto da música, de bons caminhos, não tem lavagem de dinheiro e nem de tráfico de drogas, por isso vamos aceitar”.

Procuramos Edson Reis para uma entrevista mais não conseguimos localizar.

Como é um esporte de contato e violento dentro da sua metodologia, MMA é no tatame para não machucar ninguém, a disciplina é acima de tudo.

Padre de São Salvador há 15 anos, Tiziano Scaccabarozzi disse que sem dúvida o projeto é importante. “O espaço que cria a possibilidade de trabalho é pouco, com isso dá mais chance de ir para as ruas, não sei avaliar quantos do poder público estão abraçando esta causa, mas deveria ser uma grande preocupação para todos, porque a grande parte dos presidiários é abaixo de 30 anos, isso é sinal que no âmbito educativo é bastante, este índice. A proposta de drogas é enorme, este trabalho no imediato não dá retorno, mais a longo prazo, a gente percebe a diferença. Trabalho não feito, deixa consequências grandes na sociedade”, explicou o padre. padre tiziDiretor de escola há muitos anos, o professor e agora vereador em Palmeirópolis, Daniel Rosa disse que, Santos foi parceiro dele no Colégio Carolina, e que ele trabalha com pessoas mais vulnerável, trabalha com paixão e sem ganhar nada com isto. “Se todos os prefeitos se organizarem com os projetos do município como Rede do Bem por exemplo, pode encaixar e fazer uma parceria neste trabalho do Santos. “Temos um projeto como professor para ajudar nesta área que é muito importante à sociedade, vamos estar desenvolvendo não como vereador, mas sim como professor”, explicou. danielO trabalho em Jaú do Tocantins por enquanto está suspenso, o professor alega falta de interesse do prefeito daquela cidade. Questionado pelo jornal, Onassys disse que ainda não foi procurado para um diálogo sobre o projeto, mais gostaria de sentar para entender os detalhes do assunto e depois dá uma resposta.

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Da redação

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