Apenas as deputadas federais Professora Dorinha (DEM-TO) e Josi Nunes (PMDB-TO) votaram contra o projeto de terceirização pela bancada do Tocantins. A proposta foi aprovada nessa quarta-feira (22) por 231 votos a favor, 188 contra e 8 abstenções. Votaram a favor da terceirização os deputados Carlos Gaguim(PTN), Vicentinho Jr.(PR), César Halum(PRB), Irajá Abreu(PSD) e Lázaro Botelho (PP).
Dorinha comentou o impacto da medida aprovada. “Votei contra o primeiro projeto de terceirização e não teria como votar a favor desse, que de maneira muito ampla permite a terceirização de maneira generalizada no serviço público e em todas as áreas”, disse ela em vídeo divulgados nas redes sociais.
Pelo Twitter, Josi também pontuou sobre a votação. “Votei NÃO, pois este projeto terceiriza atividade meio e fim”.
A deputada Dulce Miranda não votou, porque está afastada por licença médica. Em vídeo divulgado nas redes sociais após a votação.
Saiba o que prevê o projeto aprovado (publicado na Agência Brasil):
Atividade-fim
Pelo projeto, as empresas poderão contratar trabalhadores terceirizados para exercerem cargos na atividade-fim, que são as principais atividades da empresa.
Atualmente, não existe uma legislação específica sobre a terceirização. Mas decisões da Justiça do Trabalho determinam que a terceirização é permitida apenas para as chamadas atividades-meio, ou seja, funções secundárias que não estão diretamente ligadas ao objetivo principal da empresa, como serviços de limpeza e manutenção.
O projeto prevê que a contratação terceirizada de trabalhadores poderá ocorrer sem restrições em empresas privadas e na administração pública.
Trabalho temporário
Foi alterado também o tempo máximo de contratação de um trabalhador temporário, passando de três meses para seis meses. Há previsão de prorrogação por mais 90 dias. O limite poderá ser alterado por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho.
O trabalhador que tiver cumprido todo o período (incluindo com a prorrogação) só poderá ser admitido novamente pela mesma empresa contratante após 90 dias do fim do contrato.
O projeto também permite a contratação de trabalhadores temporários para substituir empregados de serviços essenciais que estejam em greve. Fica proibida a contratação de trabalhadores por empresas do mesmo grupo econômico, quando a prestadora de serviço e a empresa contratante têm o mesmo controlador.
“Quarteirização”
Conforme o projeto, será permitido à empresa de terceirização subcontratar outras empresas para realizar serviços de contratação, remuneração e direção do trabalho, que é chamado de “quarteirização”.
Condições de trabalho
É facultativo à empresa contratante oferecer ao terceirizado o mesmo atendimento médico e ambulatorial dado aos seus empregados, incluindo acesso ao refeitório. A empresa é obrigada a garantir segurança, higiene e salubridade a todos os terceirizados.
Causas trabalhistas
Em casos de ações trabalhistas, caberá à empresa terceirizada que contratou o trabalhador pagar os direitos questionados na Justiça, se houver condenação. Se a terceirizada não tiver dinheiro ou bens para arcar com o pagamento, a empresa contratante dos serviços será acionada e poderá ter bens penhorados pela Justiça para o pagamento da causa trabalhista.
Previdência
O projeto aprovado segue as regras previstas na Lei 8.212/91. Com isso, a empresa contratante deverá recolher 11% do salário aos terceirizados para a contribuição previdenciária patronal. E a contratante poderá descontar o percentual do valor pago à empresa terceirizada.(Fonte:Tocantins 247)