Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, o Duda Pereira, é acusado de mandar matar um concorrente. Ele se entregou na delegacia de homicídios de Palmas.
Empresário do ramo de combustíveis, Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, conhecido como Duda Pereira, se entregou à polícia na manhã desta segunda-feira (7) após quatro meses foragido. Duda é suspeito de mandar matar um concorrente em Porto Nacional e de formar um cartel que controlava os preços dos combustíveis em Palmas. Ele se entregou na Delegacia de Homicídios da capital.
Duda Pereira chegou a delegacia por volta das 11h20 e chorou ao conversar com jornalistas. Ele deve prestar depoimento e ir ao Instituto Médico Legal antes de participar de uma audiência de custódia em Porto Nacional, onde corre o processo.
O empresário estava foragido há quase quatro meses, desde que teve a prisão decretada. O nome dele chegou a ser mandado para a lista da Interpol depois que o Ministério Público Estadual informou à Justiça que ele poderia ter fugido para os Estados Unidos.
Na semana passada, a defesa do empresário fez um pedido para que ele fique preso em uma cela no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, já que outro suspeito de participação no crime foi assasinado dentro da Casa de Prisão Provisória de Palmas.
O crime
O empresário é suspeito de mandar matar Wenceslau Leobas, que era dono de postos de combustíveis em Porto Nacional. Ele morreu aos 77 anos, no dia 14 de fevereiro após ficar 17 dias internado. Ele foi baleado em Porto Nacional no dia 28 de janeiro, no momento em que saía de casa para trabalhar. No mesmo dia da tentativa de homicídio, dois suspeitos foram presos. A polícia disse que um deles chegou a confessar a participação no crime.
Os dois acusados de executar o crime Alan Sales Borges e José Marcos de Lima iriam a júri popular, mas José Marcos foi encontrado morto dentro da Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP) na manhã do dia 3 de março deste ano.
No mês de junho do ano passado, o juiz aceitou a denúncia contra Duda. Ele é acusado de ser o mandante do crime. Segundo o promotor Abel, o processo contra o Duda corre separadamente. A audiência de julgamento dele já estava marcada para o mês de maio. Na época, Duda disse que estava sendo acusado injustamente.
Cartel
O ex-presidente do sindicato dos postos Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, o Duda, e o empresário Benedito Neto Faria foram denunciados por supostamente estabelecer um cartel na venda de combustíveis em Palmas. Conforme investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o alinhamento de preços foi verificado entre 2009 e 2011 e continuou entre 2014 e 2015.
A denúncia foi aceita pela Justiça nesta quinta-feira (3). Segundo foi apurado, Eduardo Augusto, impôs “não só aos seus associados, mas também a todo e qualquer proprietário de posto de combustíveis, alinhamento dos preços em Palmas. Para tanto, contou com a indispensável colaboração do também denunciado Benedito Neto de Faria.”
G1/TO