Levantamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE) divulgado ontem pelo jornal O Popular (foto) aponta que, de 448 obras não concluídas em Goiás, 218 estão paralisadas e 105 atrasadas em 146 municípios. Em vez de concluir essas obras, o governador Marconi Perillo (PSDB) e o vice José Eliton (PSDB) falam em fazer novas. Fazem parte da imensa lista de obras inacabadas (nada desperdiça mais dinheiro público do que isso) os Centros de Reabilitação de Dependentes Químicos (Credeq) de Goianésia, de Quirinópolis e de Itumbiara. O Credeq de Goianésia está com as obras paralisadas e os de Quirinópolis e Itumbiara estão com as construções “em andamento” desde 2011.
O Credeq de Goianésia, também iniciado em 2011, deveria ter sido entregue no ano passado, mas apenas 24% da obra foi concluída até o momento. O secretário de Saúde de Goianésia, Hisham Mohamad, afirma que a construção está em fase bastante inicial. A previsão de conclusão era outubro de 2016, conforme levantamento do TCE. A construção de dez Credeqs é promessa de campanha do governador Marconi Perillo (PSDB) feita durante as eleições de 2010 (e renovada em 2014). Apenas o de Aparecida de Goiânia foi concluído – e mesmo assim nunca funcionou direito.
A obra está na 17ª posição entre os valores contratuais mais caros das construções que estão paralisadas. Acima dela, estão a obra da Assembleia Legislativa de Goiás e o programa Rodovida Reconstrução. Estão no topo nove ordens de serviço do programa, constando que a execução é em locais diversos. No total, são 13 obras do programa paralisadas no Estado, somando R$ 504 milhões, segundo a lista divulgada pelo TCE.
Os hospitais regionais, outra promessa de campanha de Marconi, também constam da lista de obras paralisadas e atrasadas. Além do Hospital Geral do Servidor Público, em construção na divisa de Goiânia com Aparecida, o governador prometeu entregar até 2018 os hospitais de urgência de Uruaçu, Santo Antônio do Descoberto, Águas Lindas e Valparaíso.
Mais desperdício
A unidade hospitalar de Uruaçu deveria ter sido entregue no mês passado, mas somente 61% da obra, que está em andamento, foi concluída; o hospital de Águas Lindas deveria ter sido entregue em janeiro deste ano, segundo a previsão da obra, mas apenas 11,8% do contrato foi pago, segundo o levantamento do TCE, que não informa quanto da obra foi concluída.
Já a obra do Hospital de Urgências de Santo Antônio do Descoberto, com previsão de entrega em março de 2015, foi paralisada com 26% da construção concluída. Já foram pagos R$2,6 milhões dos R$9,9 milhões previstos no contrato que é de abril de 2014.
Dentre as construções paralisadas, estão escolas estaduais, unidades habitacionais, ambulatórios médicos de especialidades, pavimentação asfáltica e manutenção de rodovias. Só de obras de pavimentação asfáltica e recapeamento, são 41 paralisadas no interior do Estado. Dessas, 36 começaram em 2014 e a previsão de fim era para o mesmo ano. No total, em todas as obras de pavimentação e recapeamentos que constam no levantamento do TCE o investimento previsto é R$ 918 milhões.
Na listagem do TCE constam também 24 obras e contratos para construção de escolas atrasados, especialmente nas cidades do Entorno do Distrito Federal. A construção mais antiga, de Itapuranga, deveria ter sido entregue em julho de 2013 e a de menor atraso, em Formosa, tinha previsão de conclusão em dezembro de 2015.
Também estão atrasadas as obras dos Centros de Atendimento Socioeducativo (Case) de Rio Verde, com 14% concluído; Itaberaí, 22%; Caldas Novas, 7%; São Luis dos Montes Belos, 9%; e Porangatu, 2% da obra concluída. Já a reforma do Case de Formosa, que deveria ter sido entregue em janeiro de 2014, está com a obra paralisada segundo o relatório do TCE.(Fonte:Goiás Real)