Nutricionista orienta sobre a importância da alimentação na prevenção e gerenciamento da doença.
Envelhecer bem também está diretamente relacionado ao prato – ou melhor, aos hábitos alimentares. Uma dieta saudável e balanceada ao longo da vida é fator de prevenção e controle das doenças crônicas, que aumentam com o envelhecimento. A taxa de diabetes na faixa etária de 60 a 64 anos, por exemplo, pulou de 18% para 25% em 16 anos, segundo o estudo Sabe (Saúde, Bem-estar e Envelhecimento) da USP (Universidade de São Paulo), que acompanha o envelhecer na cidade de São Paulo desde 2000.
Para conscientização da importância dos alimentos no combate ao diabetes, a nutricionista Letícia Trigo Monteiro, da Cora Residencial Senior, orienta sobre o cardápio adequado para qualidade de vida dos idosos. “A alimentação equilibrada é aquela que oferece todos os grupos de alimentos, como carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais, distribuídos em seis refeições ao longo do dia. Além da ingestão correta de líquidos e de fornecer prazer e qualidade de vida às pessoas”, afirma a nutricionista.
O tipo mais comum de diabetes é o 2, caracterizado pela ausência, deficiência ou resistência à ação da insulina (hormônio que sinaliza ao organismo capturar açúcar que circula pelo sangue). Com isso, o nível de glicose fica alto (hiperglicemia). O problema está associado ao envelhecimento, obesidade, sedentarismo, entre outros fatores. “Por isso, o objetivo da terapia nutricional é manter a glicemia dentro dos níveis da normalidade e o estado nutricional adequado das pessoas”, avalia a nutricionista. Veja a seguir as principais orientações.
Dieta fracionada
Ela explica que a dieta fracionada, em seis refeições diárias, sendo três grandes e três lanches intermediários, com horários e quantidades determinadas e adequadas, é considerada o ponto-chave no controle glicêmico de diabéticos e intolerantes à glicose, evitando hipoglicemia ou hiperglicemia.
Ler o rótulo dos alimentos
O mercado oferece um número cada vez maior de produtos rotulados como “diet”, “light” ou “de baixa caloria”. No entanto, a noção de que estes alimentos podem ser consumidos livremente pelos diabéticos é falsa. É preciso ter cuidado para não confundir alimentos dietéticos ou modificados com alimentos para diabéticos.
“Dessa forma, os diabéticos devem ser orientados a ler os rótulos dos alimentos, sejam eles diet ou não, lembrando sempre que o consumo exacerbado dos mesmos pode ocasionar um consumo energético muitas vezes semelhante ou até maior ao convencional, prejudicando o controle glicêmico”, orienta Letícia.
Composição do prato ideal
O prato deve ser composto por uma maior parte de verduras e legumes (o que corresponde a metade do prato) e a outra metade deve ser fracionada da seguinte maneira: 1/3 do prato composto por proteína animal (carnes magras, frango ou peixe), 1/3 por carboidratos dando preferência aos integrais e 1/3 por proteína vegetal (feijões, lentilha, grão de bico, entre outras).
Alimentos mais indicados
De forma geral, deve-se dar preferência aos alimentos in natura (frutas, verduras e legumes) e ricos em fibras, evitando o consumo de alimentos processados e ultraprocessados, como as conservas, frutas em calda, carnes salgadas, queijos, embutidos e enlatados. Entretanto, é de suma importância o acompanhamento com o nutricionista para que a dieta seja elaborada dentro das necessidades e particularidades de cada indivíduo.
Atividade física
Junto com a alimentação balanceada, os exercícios físicos são fundamentais para o bem-estar. Caminhada, dança, ginástica ou alongamento são algumas das atividades indicadas para prevenir complicações da doença e o controle dos níveis de glicemia. Além disso, a atividade física ajuda a reduzir o peso e a gordura abdominal, melhorando os níveis de colesterol e reduzindo a pressão arterial e risco de problemas cardíacos.
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