A importância da data está no reconhecimento dos descendentes africanos na construção da sociedade brasileira.
Com o objetivo de promover a valorização da cultura afro-descendente, o Colégio Agrícola, localizado no município de São Salvador do Tocantins, realizou a culminância do projeto “Consciência Negra”.
O evento foi realizado na última quarta-feira (20), data que marca as atividades em memória de Zumbi dos Palmares, líder quilombola e referência na luta contra a escravidão, com o Dia Nacional da Consciência Negra.
O evento cultural já estava previsto no calendário escolar do (CEFA) Colégio Estadual Família Agrícola José Porfírio de Souza.
A data foi comemorada com a participação de professores, alunos, servidores, pais e a comunidade em geral.
Quem organizou o evento foi a coordenadora pedagógica Ângela Ferreira de Souza e a professora de História e Geografia Marilene Gomes da Costa.
O diretor Lucione Batista não esteve presente porque estava em Palmas num curso realizado pela SEDUC.
O evento contou também com a presença do presidente da Associação dos Quilombolas de Campo Alegre, Dionísio Rômulo Francisco da Conceição, que além de representar àquela comunidade, também foi um dos palestrantes da noite.
O jovem Dionísio foi recebido com destaque no evento, primeiro por ser líder de uma comunidade tradicional e segundo, por ser o pai de duas alunas muito queridas do colégio, Brenda e Brenivania da Cruz Cezário.
“Me senti honrado pelo convite, é um momento de trocarmos experiências, fazer intercâmbio, somos um só povo”, disse Dionísio emocionado.
Vale ressaltar que a maioria dos alunos, (pais) da unidade escolar é de cor parda ou negra e muitos de comunidade quilombolas.
Outro palestrante do evento foi o historiador Flávio Gonçalves presidente da Associação da escola e coordenador de projeto e cultura do colégio.
“Me sinto grato em fazer parte dessa mesa tão ilustre e representar as famílias envolvidas no Colégio Agrícola, em sua maioria é de etnia negra”, explicou Flávio.
Ele fez um relato histórico desde a chegada dos primeiros negros ao Brasil trazidos pelos Portugueses no ano de 1532 até a abolição pela lei Áurea em 1888.
Continuou falando da exclusão em decorrência do processo histórico de escravização da população negra e com isso, a política de cotas como tentativa de redução da desigualdade social, herança advinda da exclusão social.
“Por isso o dia da Consciência Negra é um momento de refletir sobre a opressão de um povo que foi, e é de fundamental na formação da cultura brasileira”, finalizou dando exemplos do legado da cultura afro-brasileira na culinária, na dança, na música, na arte e no esporte.
Durante o governo Lula (2003-2010), a Lei nº 10.639 de 09 de janeiro de 2003, determinava a inclusão da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” no currículo escolar. Nesse mesmo documento, ficou estabelecido que as escolas iriam comemorar a consciência negra: “Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’.”
No entanto, foi somente no governo de Dilma Rousseff e através da Lei nº 12.519 de 10 de novembro de 2011, que essa data foi oficializada.
Nesse documento foi criado o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, sem obrigatoriedade de que ele fosse feriado.
Da redação