Diante da possibilidade de ser expulsa da legenda, a tocantinense chegou a ingressar com ação na Justiça do Distrito Federal para suspender o procedimento.
O Conselho de Ética do PMDB nacional aprovou na manhã desta quinta-feira, 23, por 6 votos a 0, a expulsão da senadora Kátia Abreu do partido. A parlamentar respondeu a processo disciplinar pelas agressões públicas a membros dos diretórios nacional e regional e autoridades peemedebista, como o governador Marcelo Miranda, o presidente Michel Temer e ministros.
Além disso, pelos votos contra a orientação do PMDB no Senado. A relatora do caso de Kátia no conselho, Rose Rainha, disse logo após a decisão do conselho que a decisão não precisará passar por aprovação da executiva nacional. “Vamos comunicar o presidente do partido [senador Romero Jucá] e ele vai oficiar o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e o TRE [Tribunal Regional Eleitoral] aí do Tocantins”, explicou a relatora. Ela disse que Kátia já está expulsa e sua filiação partidária será cancelada.
Desde as eleições de 2014.
A crise da senadora tocantinense com o PMDB começou logo após as eleições de 2014. Depois de conseguir a intervenção nacional nos diretórios municipais do Estado para garantir legenda a ela e ao governador Marcelo Miranda para aquelas eleições, Kátia chegou à presidência da comissão interventora da sigla no Tocantins. Antes da posse, a parlamentar teve uma briga homérica com Marcelo, por não ter sido atendida com as secretarias que exigia, e já se tornou oposição ao novo governo.
Num acordo com a executiva nacional, ficou definido que os dois grupos passariam a dividir a executiva regional meio a meio, mas a presidência do PMDB do Tocantins ficou com um marcelista, Derval de Paiva. Com o recrudescimento da crise do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), Kátia, que era ministra da Agricultura, ficou ao lado da amiga e contra seu agora ex-partido, o PMDB. Atacou líderes nacionais da legenda e se tornou comandante do pelotão de choque de Dilma no Senado.
Foi dela que partiu a polêmica proposta de não tirar os direitos políticos da ex-presidente. Em março do ano passado, o então presidente do diretório do PMDB da Bahia, Geddel Vieira Lima, ingressou com o primeiro pedido de expulsão de Kátia. Com as tentativas de negociação, o processo seguiu em banho maria.
No final do primeiro semestre deste ano, o diretório do Tocantins e a juventude do PMDB apresentaram dois outros pedidos de expulsão, que basearam a decisão desta quinta-feira. O primeiro passo foi a decisão de 13 de setembro da executiva nacional, também com base em processo no Conselho de Ética, de suspender Kátia das atividades partidárias por 60 dias.
Na Justiça
Diante da possibilidade de ser expulsa da legenda, a tocantinense chegou a ingressar com ação na Justiça do Distrito Federal para suspender o procedimento, entretanto, o pedido liminar foi rejeitado pela 25º Vara Cível de Brasília, e também pela desembargadora Leila Arlanch, do Tribunal de Justiça (TJDF), após a apresentação de agravo de instrumento.
Cleber Toledo