Decisão de manter Júnior Geo no cargo foi tomada por unanimidade entre os deputados que votaram. Advogado de Carlesse protestou contra a apresentação do parecer.
A Comissão Especial do Impeachment contra o governador afastado do Tocantins Mauro Carlesse (PSL) decidiu na noite desta quinta-feira (24) manter o deputado Júnior Geo (PROS) como relator do processo.
A defesa do governador tinha pedido a retirada dele da função alegando que ele não poderia atuar de forma imparcial por ter apresentado pedido anterior de abertura do mesmo tipo de processo.
A votação foi unânime entre os três deputados que participaram: Eduardo do Dertins (PPS), Olyntho Neto (PSDB) e Zé Roberto (PT).
Os outros dois deputados da comissão, Júnior Geo e Elenil da Penha (MDB) não votaram por serem, respectivamente, relator e presidente da comissão.
Logo após esta votação, o deputado Júnior Geo apresentou o parecer prévio dele pela continuidade do processo.
Quando o deputado começou a falar, o advogado do governador, Juvenal Klayber, protestou contra a apresentação.
Ele estava na comissão porque tinha falado por 15 minutos defendendo o impedimento do relator.
O parecer prévio também foi aprovado por unanimidade pelos cinco integrantes da comissão. Ele é considerado prévio porque ainda não tem efeito de levar o caso ao plenário.
A partir da leitura deste documento a comissão cria um calendário de trabalho para receber novas evidências.
As primeiras providências foram solicitar uma serie de documentos para serem analisados, inclusive as declarações de bens de Mauro Carlesse para os anos de 2014 e 2018.
O deputado Júnior Geo informou que poderá apresentar o parecer final na próxima quinta-feira (3), após a analise dos novos documentos. A sessão será às 18h01.
Carlesse está afastado do Palácio Araguaia por determinação do STJ desde outubro de 2021. O prazo do afastamento do governador termina em abril, mas pode ser revisto pela Justiça caso o STJ avalie que é necessário.
Ele é considerado suspeito em duas operações da Polícia Federal.
Uma das investigações é sobre suposto recebimento de propina de fornecedores do plano de saúde dos servidores públicos estaduais.
A outra é sobre interferência política em operações da Polícia Civil do Tocantins. Os argumentos da decisão que levou ao afastamento embasaram o pedido de impeachment. Carlesse nega todas as acusações.
g1 Tocantins.