Secretaria Estadual de Saúde estima que 63% da população seja vacinada.
Tocantins é considerado um estado endêmico para a febre amarela há 30 anos. O estado teve um caso confirmado da doença em humanos nos últimos 17 anos.
O episódio foi em 2017, na região norte. Um homem de 22 anos morreu em Xambioá. Ele morava na cidade, mas era natural do Rio de Janeiro e até hoje não há certeza sobre em qual dos estados ele contraiu a doença.
Atualmente, a estimativa da Secretaria Estadual da Saúde é que 63% da população do estado esteja vacinada.
A maior dificuldade para imunizar a população do Tocantins contra a febre amarela é saber com certeza quem já foi vacinado. O problema é que muitos moradores não têm mais os cartões de vacinação e por isso não sabem se tomaram ou não alguma dose durante a infância.
A cidade onde o jovem morreu montou uma verdadeira força-tarefa para a vacinação da população após o caso. O secretário de Saúde do município, Marcus Venicius Aguiar de Alencar, informou que foi necessário fazer uma busca no arquivo morto da cidade para identificar quem estava imunizado e quem ainda precisava da vacina.
Nos casos em que houve dúvida, o morador foi vacinado por precaução.
A corrida aos postos de saúde da cidade na época da morte foi grande, mas hoje já voltou aos índices considerados normais. “Após o caso, nós focamos a vacinação na infância. Como veio essa orientação de que uma dose só basta, a gente resolveu que era melhor vacionar logo que é criança e já deixa assim para a vida toda. Nós recebemos doses extras do governo do estado para fazer esse trabalho”, diz o secretário.
Outro desafio foi o grande fluxo de trabalhadores de fora do estado. A cidade tem apenas 12 mil moradores, mas as multinacionais que operam na região trazem funcionários de outros estados constantemente, principalmente do eixo Rio-São Paulo.
“Nós fizemos também um trabalho com a administração destas empresas, para ver os cartões de vacina dos funcionários e tentar deixar todos imunizados logo na chegada, principalmente os terceirizados. Eles estão olhando o cartão para saber como está a situação de cada um”, completa Alencar.
Procura pelas vacinas
Na época do aparecimento dos primeiros casos em Minas Gerais, a busca pela vacina chegou a triplicar no Tocantins. O surto no sudeste gerou uma corrida aos postos de saúde em vários estados. A Secretaria Estadual da Saúde afirma que a procura segue acima do que era registrado antes do aparecimento de novos casos, mas não divulgou números.
O Tocantins é considerado área endêmica para a febre amarela desde que foi criado, em 1988. As áreas rurais são consideradas de maior risco para a doenças, já que há maior densidades dos mosquitos considerados vetores. Não há circulação do vírus em áreas urbanas, segundo a Secretaria de Saúde.
Casos registrados
Antes da morte em Xambioá, o último caso registrado em humanos no Tocantins havia sido no ano 2000. Houve registro de mortes de macacos na região sul e central do estado, mas os casos que chegaram a ser investigados de febre amarela em humanos nestas regiões foram descartados. Atualmente, há apenas dois casos sendo investigado em todo o Tocantins.