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Ciro diz ser a favor de agilizar registro de agrotóxicos, mas sem tirar papel da Anvisa

Em agenda de campanha em Tocantins, candidato do PDT à Presidência da República disse que não se pode procurar “atalhos estúpidos” a pretexto de uma “justa queixa”, que é o combate à burocracia.

O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, disse nesta sexta-feira (24) ser favorável a destravar a burocracia para a liberação de novos agrotóxicos no país, mas desde que seja ouvida a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Projeto aprovado em junho por uma comissão especial da Câmara opôs ambientalistas e ruralistas. O texto, que ainda precisa passar pelo plenário, garante autonomia ao Ministério da Agricultura para registrar novos agrotóxicos e tira o poder de veto que a Anvisa e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) atualmente detêm.

“Você não pode tirar da definição de licenciamento de agrotóxicos a agência que cuida da saúde humana. Isso, evidentemente, não é possível. Nós não podemos concordar com essa iniciativa, mas estamos completamente sensíveis com a necessidade de agilizar os processos de habilitação daquilo que for sadio para a comunidade”, afirmou Ciro.

Segundo ele, não se pode a pretexto “dessa justa queixa” sobre a burocracia, “procurar puxadinhos ou atalhos que são estúpidos”.

Ciro deu a declaração em uma entrevista à imprensa ao chegar para um encontro com lideranças políticas e empresariais em Palmas. Ele estava acompanhado da candidata a vice na sua chapa, a senadora Kátia Abreu (PDT-TO), que é representante do setor do agronegócio.

“Eu e a Kátia não temos nenhuma obrigação de pensar igual sobre nada. Pelo contrário, como é muito mais capaz do que eu, em certos assuntos, ela que me orienta, nesse assunto [do projeto sobre os agrotóxicos], eu acho que entretanto, nós temos uma convergência”, afirmou.

Ciro Gomes cumprimenta correligionários durante encontro em Palmas

Ciro Gomes cumprimenta correligionários durante encontro em Palmas

Segurança

Ele também fez críticas ao candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro. O pedetista disse que ele “não representa nenhuma proposta” e que “fala o que as pessoas querem ouvir”.

Ciro também contestou a proposta do adversário de liberar o porte de arma para as pessoas comuns. Ele relembrou episódio na década de 1990 em que Bolsonaro foi vítima de um assalto no Rio de Janeiro e, mesmo tendo treinamento do Exército, acabou pego de surpresa e teve que entregar a arma para o bandido.

“Ontem, ele estava defendendo o porte de arma e dizendo que a pessoa tem o direito, sim, de reagir. As pessoas estão com medo, mas veja bem: ele foi capitão do Exército, foi treinado numa das melhores academias do mundo, que é a Academia Militar das Agulhas Negras, sabe atirar de canhão, sabe atirar de metralhadora e andava na terra dele, o Rio de Janeiro com uma pistola. Outro dia, foi assaltado, na hora em que o assaltante botou a pistola na cabeça dele, ele entregou a pistola dele que provavelmente já foi usada para matar alguém lá na frente”, disse Ciro.

Ele defendeu ainda o fortalecimento de uma “cultura de paz” no país e a adoção de políticas integradas entre os governos estaduais e municipais com o federal.

“Temos todo um projeto de segurança que funda realmente um orçamento compatível, um sistema único de segurança no modo que a gente tem o Sistema Único de Saúde. Porque não existe essa história de violência municipal, estadual ou federal. É preciso que a União Federal, através de condicionamento, ajude os estados”, afirmou.

Ciro Gomes com o prefeito do Jaú Onassys Moreira

G1 Tocantins.

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