Candidatos fizeram bolo de aniversário para protestar. Concurso está parado por causa de uma decisão do Tribunal de Contas do Estado.
A aplicação das provas do concurso da Polícia Militar completou um ano nesta segunda-feira (11). O certame foi suspenso pouco tempo depois e os candidatos resolveram fazer um bolo de aniversário para protestar e pedir o andamento da seleção.
Uma investigação feita pela Polícia Civil apontou que 35 números de telefone receberam um gabarito com respostas durante a aplicação das provas. O Ministério Público Estadual (MPE) recomendou duas vezes que o concurso fosse anulado.
Atualmente o concurso está suspenso por uma decisão do Tribunal de Contas do Estado.
“É uma forma de a gente reivindicar de forma pacífica. Mostrar a nossa indignação com essa demora e mostrar que a gente está aqui com intuito de proporcionar à sociedade mais segurança com esse efetivo que a nossa polícia está precisando e o concurso demorando mais do que o necessário para da continuidade”, afirmou Euthon Diego.
O único avanço que o concurso teve em 2019 a divulgação das notas da prova objetiva. Os candidatos acreditam que quem tentou fraudar a prova foi identificado e excluído pela banca.
“A gente pede aos órgãos competentes, ao comando da Polícia Militar e ao Tribunal de Contas, para que possam dar o devido andamento ao concurso público. Uma vez que quem só tem a perder, sem sombra de dúvidas, é a sociedade uma vez que a criminalidade tem crescido de forma gradativa dentro do estado”, afirmou o candidato Alex da Silva.
A Keyla Aguiar também está entre os milhares de inscritos que realizaram as provas. O sonho dela é ser aprovada para dar uma vida melhor para a filha Ana Beatriz, de oito anos.
“Para o candidato é frustrante porque a cada dia você fica com esperança. Então, isso começa a deixar a pessoa triste porque aquela esperança começa a morrer. Você fica à mercê dos órgãos e das autoridades competentes que infelizmente está faltando com responsabilidade com os candidatos”.
Outro lado
A comissão de concurso da PM informou que notificou a empresa organizadora das provas para que apresente a defesa final, após a apuração das supostas irregularidades na execução da primeira etapa. E que, concluso o processo, a comissão o remeterá o resultado ao comando-geral da PM para aplicação das medidas legais cabíveis.
a empresa AOCP concursos públicos disse, em nota, que apresentou ampla defesa para o esclarecimento dos fatos e que aguarda e acredita na continuidade do concurso. O Tribunal de Contas foi procurado pela TV Anhanguera, mas ainda não respondeu.
Entenda
As provas do concurso foram aplicadas no dia 11 de março de 2018. Foram oferecidas 1 mil vagas para soldado e mais 40 para oficial da PM. Ao todo, mais de 70 mil pessoas fizeram as provas em 17 cidades.
O concurso acabou sendo suspenso após a cassação do ex-governador Marcelo Miranda (MDB). Naquela ocasião, o Tribunal de Justiça suspendeu atos do governo, incluindo o concurso da Polícia Militar. Essa liminar que perdeu seus efeitos, mas o concurso também está sendo impedido de continuar pelo Tribunal de Contas Estadual (TCE).
No caso do TCE, um dos principais problemas apontados é que o Estado está bem acima do gasto com pessoal permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Além disso também teria deixado de enviar informações sobre a realização do certame.
Segundo o Tribunal de Contas, o concurso vai continuar suspenso até o julgamento em plenário e isso ainda não tem data para acontecer.
G1 Tocantins.